quarta-feira, 4 de maio de 2011

Servir a seleção é um dever social

“Conversei bastante com a comissão e os jogadores sobre a importância e o significado de vestir uma camisa nacional. São mais obrigações do que direitos. Além disso, eles devem ser os multiplicadores do que aprendem enquanto seleção brasileira".

As palavras acima transcritas são de Ruben Magnano, técnico da seleção brasileira no discurso que fez à seleção sub 15 que embarca hoje para Assunção (Paraguai), onde disputará o Campeonato Sul-Americano da categoria.

Magnano está repleto de razão, já que os nossos jogadores há muito tempo vem maltratado a seleção brasileira e, consequentemente, o torcedor brasileiro. Trata-se, na verdade, de um problema que extrapola o patriotismo, pois servir a seleção brasileira é antes de mais nada uma retribuição.

Afinal, nenhum dos jogadores que hoje estão ganhando milhares/milhões de dólares/euro mundo afora alcançou este feito sozinho. E não estamos falando aqui de CBB que, é verdade, muitas vezes atrapalhou mais do que ajudou, mas sim da paixão do basqueteiro brasileiro. Não fosse essa paixão que hoje luta contra a extinção no país, esses atletas exerceriam profissões bem menos glamourosas e prósperas.

De uma forma bem simplista, mas sem fugir da realidade, pode-se dizer que é a paixão do torcedor que injeta recursos na CBB, nas ligas e nos clubes. Estes, por sua vez, fazem o investimento inicial indispensável, ainda que nem sempre bem feito, para essas carreiras alcançarem projeção internacional.

Apenas para pegar um exemplo, o pivô Nenê hoje só é um milionário graças ao amor pelo basquete na cidade de Barueri, de alguns sócios do Vasco da Gama e de milhares de telespectadores do Campeonato Nacional promovido pela CBB na virada do século. Foi com essa injeção de paixão que Nenê conseguiu percorrer o trajeto São Carlos, Barueri, Rio de Janeiro, Austrália (Goodwill Games 2001, onde brilhou pela primeira vez internacionalmente) até alcançar o Draft da NBA.

Quando ignoram ou maltratam a seleção brasileira, esses jogadores matam a galinha dos ovos de ouro, prejudicando a renovação do amor pelo basquete no Brasil. Sofrem os ídolos do passado (relegados ao ostracismo) e os aspirantes a ídolos do futuro, mas também a própria geração ingrata, eis que, apesar de praticar o segundo esporte mais popular do planeta, é uma ilustre desconhecida no próprio país (e o futuro não lhe será nem um pouco mais generoso neste aspecto).

Portanto, defender a seleção brasileira pode não ser uma obrigação no sentido técnico do termo, já que ninguém pode mesmo compelir esses atletas, mas certamente é um dever social. E é bom que essa lição seja transmitida desde cedo.

2 comentários:

  1. que as palavras do magnano façam efeito, e que as próximas gerações do nosso basquete sejam apaixonadas por essa camisa.
    são muitos novos jogadores com grande talento, com potencial, que precisam ser corretamente lapidados tanto tecnica quanto "psicologicamente", no sentido de não só jogarem bem, mas darem o devido valor à seleção brasileira.

    sucesso à molecada no sub15!

    jônathas

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  2. o ruben é o cara mesmo.

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