quinta-feira, 19 de maio de 2011

Reconstrução no Pinheiros?


Quem acompanhou o Giro no Mercado, ontem,
pôde notar mudanças sutis, mas significativas no vai e vém dos atletas da bola laranja brasileira. Ao longo do dia, pontuamos que aquilo que antes havíamos posto, que Pinheiros manteria o esqueleto e buscaria reforços poderia tomar novos rumos.


André Góes, Olivinha, Shamell e Fiorotto podem estar de saída do terceiro melhor time do país. A questão ainda é imprecisa e os três atletas têm propostas do time da Faria Lima. No entanto, a diretoria já trabalha para buscar jogadores para a reposição com um desafio: se não manter, substituir melhorando - tive a informação que as principais peças estão no mercado internacional.

Há uma grande chance, mas também um grande risco. Perder tais atletas pode significar desmontar a ótima temporada. Por isso, a estratégia de mantê-los e reforçar os pontos mais frágeis parecia mais oportuna. No entanto, se a idéia for substituir por jogadores ainda mais efetivos, em busca do mercado internacional, o Pinheiros pode mesmo marcar época no basquete brasileiro.

Tudo vai depender dos próximos dias. Para o time paulista, o momento é decisivo. Más escolhas podem significar jogar no ralo a longa evolução do time ao longo dos últimos anos. No entanto, escolhas corretas, podem significar escolher, de fato, o protagonismo perante ao basquete brasileiro.

Imagino que seja necessário pontuar qual o tamanho de cada um para o projeto do Pinheiros, ao menos, em meu ver.

1) Olivinha: pra mim, o principal jogador da equipe em sua história. Isso não é pouca coisa. Olivinha foi muito importante para o Pinheiros e o Pinheiros para o Olivinha. De jogador mediano e batalhador a estrela do basquete nacional, presença óbvia em seleções e prêmios. A ponte-aérea que experimentou Olivinha fez bem demais à sua carreira. Perdê-lo é muito perigoso. São poucos jogadores no país que tem a sua qualidade para a função que faz. Com mais qualidade que ele, ao meu ver, apenas Guilherme Giovannoni (e acredito que a distância entre os dois não seja tão grande como se diz). Com menos qualidade, mas com mais ou menos as mesmas características, arriscaria dizer que talvez seja possível encontrar em Ricardo Probst, Lucas Cipolini, Amiel Vega, Wanderson, Jefferson e Pilar. Não é uma arma fácil de se repor. A não ser que se encontre alguém de alto nível que jogue no exterior para o mesmo nível, gastando assim uma das vagas de estrangeiro.

2)Shamell: Perder Shamell pode não ser o fim do mundo. Há pontos positivos e negativos. O principal ponto positivo de se perder um jogador como Shamell é poder encontrar um jogador que seja não redundante, mas complementar ao estilo de Marquinhos. O ala estadunidense, muitas vezes, por ficar ao lado de Marquinhos em quadra, acaba ficando sem função, por se tratar de dois atletas que não são exatamente especialistas em jogar sem a bola. Ainda de positivo o fato de, sem ele, ter a opção de contar com um estrangeiro em uma posição mais carente no país (acredito que haja um bom número de escoltas disponíveis no mercado). De negativo, o óbvio fato de tratar-se de um grande caráter, adaptado ao clube, querido pelos garotos da base e referência do time. E, apesar dos pesares, um ala que topou dividir o protagonismo com a outra estrela do elenco sem causar grandes problemas (ao que parece, pelo contrário, Marquinhos e Shamell se dão muito bem). Por fim, é claro que ter um jogador com a capacidade de fazer 30 pontos em boas noites é sempre muito interessante e um time não pode se dar ao luxo de dispensá-lo. Nesse sentido, reconstruir o time com atletas brasileiros que cumpram um papel mais defensivo que jogue sem bola ou um escolta mais clássico pode ser interessante, não fazendo a mesma função nem que Marquinhos, nem com Figueroa. Penso, aqui, em casos como Alex (Bauru), Dedé (Franca), Benite (Franca), Manteguinha (Joinville), Felipinho (Cetaf), ou outros dos EUA, como Stockman (Assis) ou Borders (Araraquara).

3) Fiorotto: Gosto muito de Bruno Fiorotto. No ano passado, ainda no Draft Brasil, indiquei como um bom jogador disponível no mercado. Mas algo não deve ser negado. No Pinheiros, foi engolido pela evolução de Morro. Chegou para ser titular e acabou reserva, embora tenha dividido minutos, muitas vezes, de maneira equivalente, com Olivinha e Morro. Acho que do esqueleto do time, a perda de Fiorotto não causa tantos estragos. Pode ser reposto com outros pivôs buscados no exterior ou, com peças nacionais que cheguem claramente para reserva como Átila Santos (Flamengo), Paulão (SJC), Guilherme (Minas), ou outros mais experimentados, como Jeff Agba(Bauru), Hátila Passos (Uberlândia) ou Teichmann (Flamengo). Perder Fiorotto para trocar por Mineiro (Limeira) ou Baby (Flamengo) seria, aí sim, um passo atrás.

4) André Góes: André demorou para se adaptar no Pinheiros, mas fez um bom campeonato na reta final, e um bom Interligas. Veio para ser reserva e cumpriu, com altos e baixos, a função. Esperava-se uma evolução maior, e de fato, não veio. Talvez, com chance de evoluir na segunda temporada, pudesse mostrar mais que na primeira. Parece, pelas informações que nos chegam, que não será o caso. Nesse sentido, também não será um grande problema substituí-lo.

Com esses argumentos, queremos dizer que o grande problema não é perder a base do time, mas como reconstruir um time que vem crescendo muito. Se, apenas a título de exemplo (NÃO É INFORMAÇÃO NEM ESPECULAÇÃO, É EXEMPLO), o time substituir Olivinha, Shamell, Fiorotto e André por Guilherme Giovannoni, Vitor Benite, Jeff Agba e Soró, me parece uma evolução bastante interessante, não? No entanto, se substituí-los por Amiel, Duda, Baby e Jefferson Sobral, me pareceria uma tragédia.

O problema não é reconstruir, mas como reconstruir.

6 comentários:

  1. Qual o número máximo de estrangeiros? 3?
    Parece q o Roman Gonzalez vai jogar aqui no Brasil próxima temporada

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  2. 3 estrangeiros, Lucas.

    o Pinheiros já tem Figueroa confirmado. Se Shamell renovar, seriam 2, com vaga pra mais um ainda.

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  3. Shammel e Olivinha indo pro Flamengo

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  4. Como torcedor do Pinheiros confesso que tô com medo dessa possível reformulação. Não que eu duvide do planejamento e da capacidade da diretoria, mas me parece um tanto arriscado mudar tanta gente justo quando o projeto começava a apresentar bons resultados.
    Fizemos uma baita temporada, jogadores já com certa identificação com o clube (e até com a torcida)...
    Se pudesse "apenas" reforçar o elenco, trazer uns bons 3 nomes pra banco, seria o ideal.

    Dos que não renovaram contrato ainda, o que menos queria ver sair é o Olivinha. Já tem uma história no clube, guerreiro, exemplar.
    Fiorotto tem uma técnica que poucos no Brasil têm. Mas é substituível.
    A situação do André é bem o que foi dito mesmo, veio pro banco, correspondeu bem varias vezes, mas eu esperava mais.
    Shamell é fominha, não defende. Mas jogando aqui no Brasil ainda faz uma diferença muito grande, consegue pontuar mto e seria realmente chato perdê-lo.

    Quanto a buscar nomes no exterior, o limite de 3 estrangeiros pode atrapalhar (particularmente, concordo com o limite), a não ser que venham 2 (se shamell não renovar) nomes de muito peso.

    No mercado brasileiro não acho que tenham tantas opções boas a ponto de substituir os jogadores que já temos elevando o nível do time.
    Daí o meu desejo de ver uma base mantida e reforços pro banco.

    Marquinhos, Figueroa e Morro já garantidos: isso sim é boa notícia! O primeiro tem melhorado mto,considero atualmente um dos melhores atuando no Brasil. Se melhorar (bastante) a defesa, com certeza será o referencial dentro do time. Figueroa não tem muito o que falar, a calma com q ele joga, a visão de jogo, o controle de bola, a defesa... Se melhorar a mão nos arremessos então...
    Já o Morro teve um crescimento muito bacana. Muito legal ver o cara atuando em bom nível. Destaco a defesa dele, quando não faz mtas faltas consegue segurar o pivô adversário boa parte do jogo.

    Quanto aos outros do elenco, sinceramente, se saírem não farão tanta falta dentro de quadra (não sei como era o clima fora, se a amizade do grupo fará mta falta caso saia muita gente)

    Bom, taí a "análise" da situação sob olhar de um torcedor. Já escrevi demais... haha

    Abs

    Jônathas

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  5. caraca, eu escrevi muito mesmo! hauuhauhauahhua

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  6. Jônathas, ficou muito legal a sua análise. Uma visão de torcedor que realmente conhece a própria equipe e um belo complemento ao texto do Guilherme.

    Abs,

    Alfredo

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