1 - Pinheiros e Brasília fizeram provavelmente a melhor partida da temporada até aqui, com várias histórias: um início fenomenal do Pinheiros, uma reação incrível comandada por Alex, uma recuperação final antológica de Figueroa e, por fim, um atropelamento na prorrogação.
2 - A forma antológica como terminou o tempo regulamentar merece ser descrito para quem não viu: com 20 segundos no relógio e desvantagem de 4 pontos no placar, o Pinheiros cobrou fundo bola para Figueroa, completamente livre de marcação. O argentino, numa aparente desatenção, deixou a bola escapulir e parecia ter enterrado de vez as chances do Pinheiros. Depois do tempo técnico, eis que o próprio Figueroa rouba a bola na cobrança lateral e faz a bandeja. No lance seguinte, rouba novamente, passando para Marquinhos empatar a partida. Não satisfeito, atirou-se no chão e roubou, novamente, a bola de Alex, evitando o último arremesso. A bola sobrou para André Góes que, ainda por cima, quase acertou no estouro, do meio da rua. Incrível!
3 - A torcida brasiliense comandou um verdadeiro espetáculo. Quando morei em Brasília, era frequentador assíduo do ginásio da ASCEB e já assisti a várias decisões. No entanto, nunca tinha visto o ginásio daquele jeito. Não havia espaço para um alfinete sequer...
4 - O ponto negativo ficou por conta de dois patetas: um com um daqueles lasers idiotas e outro que atirou dois copos no técnico do Pinheiros, João Marcelo. Pior para a arbitragem que deixou os incidentes passarem batido, deixando de aplicar a regra (fomentando a impunidade). Melhor para a organização do espetáculo que retirou imediatamente o torcedor do ginásio.
5 - O que dizer de Alex? O ala teve um primeiro tempo sofrível, testando a paciência da torcida com seus "frangos voadores" de longa distância. No segundo tempo, era outro jogador. No estilo que o consagrou, apertou na defesa, infiltrou até o Pinheiros colocar a língua de fora, deu uma daquelas suas cravadas sensacionais e até passou a acertar alguns arremessos de longa distância. Portanto, pode-se dizer que ele acabou com a partida, anotando 29 dos seus 31 pontos no segundo tempo. O nome do jogo e ponto final.
6 - Brasília joga no melhor estilo "bad boy", a la Detroit Pistons da década de 80, intimidando os rivais. Lucas Tischer e Márcio Cipriano só fazem faltas do tipo "não basta parar, tem que machucar", Alex e Guilherme Giovannoni passam a maior parte do jogo resmungando com os árbitros e o Nezinho...bem, Nezinho é o Nezinho. Jogadores e torcedores adversários podem até odiar, mas o importante é que o estilo é eficiente, e assim Brasília vai se mantendo como a equipe mais poderosa do país.
7 - Depois da última partida, escrevi que a chave para a sobrevivência do Pinheiros na série seria o Olivinha aparecer, já que andava sumido. E ele apareceu, com um início arrasador, digno de postulante a MVP. No entanto, acumulou faltas rapidamente, o que prejudica o seu estilo de jogo, e pareceu cansado no fim, quando acabou errando lance livres cruciais na prorrogação.
8 - Seria muito fácil chamar o time do Pinheiros de amarelão em virtude das últimas viradas sofridas e pela incapacidade de finalizar as partidas. Além disso, seria leviano atribuir toda culpa pela derrota ao técnico João Marcelo Leite, apesar de ele ter cometido um erro crucial, ao não parar a partida durante a reação do Brasília no terceiro período. Mas a verdade, é que faltou banco de reservas ao time do Pinheiros. O time paulista sempre começa bem as partidas, mas por problemas de faltas ou de cansaço, não consegue manter o ritmo. Hoje, foi justamente quando Olivinha, Morro e Figueroa acumularam 3 faltas que Alex passou a infiltrar seguidamente, aniquilando o Pinheiros. Apesar de ter sido uma partida decidida em 45 minutos, Bruno Fiorotto foi o único jogador do banco de reservas a atuar por mais de 7 minutos.
9 - Por falar em banco de reservas, o do Brasília não é nenhuma maravilha de outro mundo. No entanto, às vezes um único jogador a mais já faz toda a diferença. E esse jogador, na noite de hoje, foi Rossi. Não fosse por ele, talvez o Pinheiros tivesse aberto uma vantagem irrecuperável ainda no primeiro tempo.
10 - E finalmente caiu a escrita de que o time mais bem colocado na temporada regular não perde nos playoffs! Agora, é Franca x Brasília, reedição da final do Campeonato Nacional 2007, vencida pelo Brasília. A rivalidade entre as equipes já era forte um ano antes, naquele famoso campeonato que não terminou. Promete!
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