sexta-feira, 15 de julho de 2011

O texto de nível (quase) cômico de John Hollinger

Dias atrás, o mundo recebeu a notícia de que o gigante Yao Ming decidiu se aposentar depois de uma série de lesões que impossibilitou que o chinês jogasse mais do que 8 temporadas na NBA.

Talvez abalado emocionalmente com a notícia, John Hollinger, popular colunista da ESPN especializado em analisar o basquete através dos números, escreveu uma estupidez maior do que os 2,29 metros de Yao Ming.

Basicamente, Hollinger defende em seu texto que Yao Ming, apesar da curta carreira e da falta de títulos importantes, merece um lugar no Hall da Fama do Basquete. Até aí tudo bem. De fato, o chinês foi um excelente jogador cuja carreira foi abreviada por lesões crônicas. Mais do que isso, ele teve uma grande importância para a modalidade, ao difundi-la na região mais populosa do planeta.

O grande e imperdoável pecado de John Hollinger foi desmerecer dois dos maiores jogadores da história do basquete mundial para fazer a defesa de Yao Ming. Vejamos o que ele disse:

"O segundo ponto é importante que o Hall da Fama do basquete estabeleceu um nível quase cômico para introduzir jogadores internacionais nas votações passadas, e baseado nesse padrão, Yao vai entrar facilmente. Coloque dessa maneira, eu não acho que seja possível um sistema no qual Maciel Pereira e Kresimir Cosic sejam aceitos, mas Yao Ming não".

Ora, o croata Kresimir Cosic lidera o ranking histórico de medalhas em Campeonatos Mundiais, empatado com o brasileiro Wlamir Marques que, pasme, ainda não está no Hall da Fama do Memorial Naismith. Ambos têm 2 medalhas de ouro e 2 medalhas de prata nos Mundiais da FIBA. Em sua coleção, Cosic ainda guarda uma medalha de ouro olímpica e duas outras de prata. Currículo quase cômico?

Já Maciel Pereira é ninguém menos do que o herói brasileiro Ubiratan, considerado por muitos o maior pivô da história do basquete nacional. Ubiratan também possui 4 medalhas em Mundiais (uma de ouro, uma de prata e duas de bronze) e uma medalha de bronze olímpica, conquistada em Tóquio (1964).

E se Yao Ming contou com os seus 2,29 metros para ser bem sucedido no basquete, Ubiratan se notabilizou justamente por superar a baixa estatura. Com menos de 2 metros de altura, Ubiratan, segundo quem o viu jogar, parecia ter um motor nas pernas, tornando-se um dos melhores pivôs do planeta.

O colunista da ESPN pode ser um excelente matemático e conhecer como poucos a atualidade do basquete da NBA, mas pelo visto se nega a estudar a história do basquete internacional. Precisa aprender que existe, e sempre existiu, basquete fora da NBA. E que se é verdade que há injustiças no Hall da Fama do Memorial Naismith, e elas não são poucas, poderíamos citar como um grande exemplo a ausência de Wlamir Marques, um dos maiores atletas da história, numa lista repleta de estadunidenses que tiveram pouca ou nenhuma relevância fora das fronteiras dos EUA.

5 comentários:

  1. Não asistir nem Marcel jogar nem Ubiratan. Mas, faço as minhas as palvras de hollinger:

    "eu não acho que seja possível um sistema no qual Maciel Pereira e Kresimir Cosic sejam aceitos, mas Yao Ming não".

    Até, pq nessa frase ele não pôe Marcel e Ubiratan ao "despreso". ele só diz que Yao foi mais importante no Basquete.

    E convenhamos um cara de 2,29m q além disso tinha ablidade com a bola, sem falar do que fez pela massificação no esporte na China, mesmo sem ter visto Marcel e Ubiratan jogando, ñ vou dar uma de "patriota", acho eu q se Ubiratan e Marcel estão no Hall da Fama Yao Ming tem que tá tb.

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  2. Mania de americano... Se acham o os reis do mundo, que o só existe basquete de nível lá. Pensamento xenófobo.

    Totalmente desnecessário desmerecer as conquistas de um para tentar elevar as de outro. Só isso já mostra que as conquistas desse outro já não são tão incontestáveis assim, pq se para valorizá-la é preciso desmecerer a de outro, é pq não é algo inquestionável.

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  3. Acho que não se trata de xenofobia (até porque o Yao é chinês), mas sobre o que os americanos, em geral, enxergam por basquete profissional, que se resume à NBA. Além desse "desprezo" ou "arrogância" por parte deles em relação ao basquete FIBA, podemos encontrar ainda dentro da própria NBA exemplos como do L. Scola, que sempre joga muito bem, é campeão olímpico e tudo o mais, mas é muito UNDERRATED! O Yao também era discreto, jogava bem, mas estava envolvido em um grandioso jogo de marketing. Talvez se pararmos para pensar e analisar friamente os números, o Scola talvez tenha tido um impacto proporcional ao do Yao, sendo que isso nunca será reconhecido pelo Hollinger nem por nenhum jornalista de lá.
    Enfim, resumindo meu pensamento, temos que nos EUA basquete profissional significa apenas NBA e que a imprensa e marketing andam juntos, promovendo quem eles querem ou quem é mais vantajoso. Mesmo que, para isso, manchem a memória de grandes "desconhecidos".
    Abs!

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  4. Que texto triste do Hollinger. Que faz um bom texto para cada 100 que escreve bobagens.

    Boa lembrança do blog !

    Abraços

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  5. O post do primeiro Anônimo é tão idiota que ele acha que o Marcel está no hall da fama. Pelo menos leia direito antes de ir falando de patriotada.

    Não vou comentar a carreira do Yao Ming com a sua seleção pois ela foi pífia. Jamais medalhou alguma coisa importante. Dentro da própria NBA o maluco nunca passou nem do 1st round dos playoffs.

    Um monstro mesmo né?

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