quinta-feira, 14 de julho de 2011

Conheça a história de superação do garoto Kauê dos Santos

"O cara parece o lendário Charles Barkley". A frase para lá de entusiasmada é de Daniel Bello, técnico da seleção do Rio de Janeiro Sub15 e foi reproduzida no blog de seu pai, o comentarista Byra Bello do Sportv. O "cara" citado por Daniel é Kauê Ferreira dos Santos, cestinha e melhor jogador do time de São Paulo, campeão do último Campeonato Brasileiro Sub15.

A pequena foto 3x4 logo abaixo, da página oficial da Federação Paulista de Basquete, causa aquela tentação de comparar Kauê não a Charles Barkley, mas sim a um fenômeno de outro esporte. Ok, calma lá, estamos pegando um pouco pesado. Afinal, o jovem de 15 anos apenas está começando a sua carreira no basquete e, no esporte, não existe qualquer garantia antecipada de sucesso. Mas conhecendo um pouco da história de Kauê, dá para entender a razão de tamanha audácia.

O jovem atleta do Clube Internacional de Regatas (Santos) tem 1,87 metros de altura, joga na posição de ala. Sua performance contra Santa Catarina (35 pontos e 10 rebotes) foi disparadamente a mais impressionante numa final da 1a divisão nacional da categoria sub15, desde que as estatísticas passaram a ser computadas no site da CBB (2008). 

Mas não é só! O garoto é com folga o cestinha do Campeonato Paulista Metropolitano Sub15 com uma média de 29 pontos por partida (o segundo colocado tem uma média 18 pontos por jogo). Não satisfeito, Kauê ainda defende o seu clube na categoria Sub17 e, acredite se quiser, é o quarto maior cestinha do Campeonato Metropolitano.

No entanto, nada me impressionou mais do que o bate-papo que tive com Kauê. O garoto impressiona pela precoce maturidade e pela simplicidade, sem deixar de demonstrar aquela alegria infantil contagiante comum na sua idade. Sua curta história no basquete já está marcada por inúmeros episódios de superação.

Pouco depois de começar a jogar basquete, Kauê perdeu seu pai, um de seus maiores incentivadores. Pensou em parar de jogar, mas preferiu seguir adiante em busca do sonho. Seu biótipo se distingue daquele "padronizado" para a posição de ala. Para Kauê, isso não é um problema, mas sim a solução. O garoto usa a toda a força física a seu favor (na final contra Santa Catarina, foi a linha de lance livre 15 vezes). Em abril, foi cortado da seleção brasileira Sub15 que se preparava para o Sul-Americano. Desânimo? Nada disso, 3 meses depois, o ala se tornava o principal destaque de sua categoria no país.

Conheça um pouco mais dessa história, através da entrevista abaixo:

Como o basquete surgiu na sua vida?

Comecei a jogar basquete no Rebouças, com 8 anos de idade. Um garoto chamado Felipe, meu amigo, disse que iria me levar para jogar basquete e acabei gostando. Isso surgiu de repente. Depois de um certo tempo meu pai (falecido) me levou para um centro esportivo, e de lá, a professora Gilmara me colocou no Inter, time do professor Buru. Isso quando eu tinha 9 anos.

E que torneios você disputou pelo Inter? Sei que você tem sido cestinha em diversas competições...

Eu disputei o Torneio Início e o Metropolitano em 2008 (fui o 4o cestinha, com 330 pontos); o Torneio Metropolitano e o Final Four em 2009 (fui o 2o cestinha, com 444 pontos); fomos vice-campeões do Torneio Metropolitano e 4o lugar no Estadual em 2010 (fui o cestinha, com 626 pontos).

Em 2011, veio a sua primeira convocação para a seleção brasileira (Sub15). Como você recebeu a notícia?

A notícia veio através da internet! (rs) Eu tinha acabado de sair de um treino e fui no site da CBB, onde tinha  "convocação da seleção brasileira sub15"...e achei o meu nome. Fiquei muito feliz quando vi! Achei esse período muito legal, aprendi bastante coisa. Os treinos foram muito puxados, trabalhando bem as jogadas.

Bem, e depois certamente veio a decepção com o corte. Como você lidou com isso?

Com esse corte, tive uma lição, pois quando cheguei à minha cidade, todos me deram parabéns e disseram para eu voltar aos treinos. E acabei voltando normalmente, pois agora treino firme e forte para voltar à seleção no ano que vem.

Você chegou a acompanhar a seleção pela internet durante o Sul-Americano?

Na verdade não. Eu não tinha muito tempo, mas ficava sabendo das notícias através de um colega meu, o Luan Ziani, de Limeira.

E como foi o título do Campeonato Brasileiro Sub15 em Santa Catarina?

Foi muito legal. O campeonato foi bem disputado. Nós ganhamos os dois primeiros jogos e, logo em seguida, Santa Catarina nos venceu por uma diferença de 4 pontos. Com isso, precisariamos vencer Minas Gerais por uma diferença de 8 pontos para ficar com o 1o lugar na chave. Nós conseguimos e vencemos o Rio Grande do Sul na semifinal. Na final, nos sagramos campeões vencendo Santa Catarina por 65 x 60. Fiquei muito feliz!

E você acabou sendo o cestinha da sua equipe, com uma performance impressionante na final. Como foi o confronto contra Lucas Vezaro, um dos atletas mais talentosos da categoria?

Acirrado!!! (rsrs). Ele joga demais, apesar de termos colocado uma marcação forte nele!

Mudando um pouco de assunto, como você definiria o seu estilo de jogo?

Eu jogo aberto, cortando bastante e finalizando bem. Estilo Charles Barkley (rsrs). Sou ala, mas, de vez enquando, também ajudo no garrafão.

Você costuma acompanhar basquete na TV? Quais campeonatos?

Sim! NBA e NBB.

E quais são os seus jogadores prediletos?

Lebron James na NBA, Marcelinho Machado no NBB e Leandrinho na seleção brasileira.

E os estudos? Como andam?

Bem! No ano passado fui eleito o melhor aluno! Tive notas boas. Não posso largar o estudo, pois sem ele não seremos nada na vida. Estou no primeiro ano do ensino médio e estudo no Colégio Luiza Macuco, em Santos.

E a sua família? Você contou que infelizmente perdeu o seu pai muito cedo e que ele te incentivava no esporte. Como o restante da sua família vê a sua vida no basquete?

Infelizmente, eu tive a perda do meu pai. Hoje, tenho meu tio Ailton Silva, ex-jogador de futebol do Santos. Ele começou a me incentivar, e minha mãe também. Eu iria parar de jogar! Mas pensei bem, e era tudo o que meu pai queria...ver eu jogar basquete. Pois rezo muito por ele, para ele sempre cuidar de mim, é uma estrela que brilha no céu! Minha família vai a todos os meus jogos e me incentiva bastante, eu gosto disso!

Tenho certeza que seu pai está torcendo muito por você. Para finalizar, qual é o seu maior sonho no basquete?

Ser um jogador profissional, ser um jogador conhecido. Jogar na NBA!


Abaixo, segue um vídeo de Kauê, atuando na categoria Sub17:

20 comentários:

  1. Muito legal a história dele.
    Que ele tenha muita sorte e que vire um grande jogador de basquete. E tomara que tenha incentivos para isso também.
    E é bom ver que, apesar da pouca idade, ele sabe que sem estudos não vamos a lugar nehnhum.

    ResponderExcluir
  2. È isso ai Kaue!
    Mas não fique só preocupado em fazer pontos, aprenda TODOS os fundamentos do basquete.
    Firmeza nos estudos e breque no garfo!
    Abraços.
    Luiz

    ResponderExcluir
  3. Que ele consiga ser feliz naquilo que escolher.
    Nada contra o menino, mas pelo amor de Deus, aqui no Brasil só damos valor a quem faz pontos, gols, etc, e depois queremos que as categorias de base formem atletas??
    Desde cedo a moçada quer aparecer, e já sabem como fazê-lo, sendo fominha. Não sei se é o caso do Kaue, mas vejo muito disso por aí.
    Em tempo, a primeira jogada ele tá fazendo falta no marcador (empurrou pelas costas) no resto tá legal, parabéns.

    ResponderExcluir
  4. Parabens para o Kauê,

    E tomara que ele se torne um jogador completo na defesa e no ataque.

    Me pareceu que ele é bem técnico e que tá um pouquinho acima do peso.rsrs. O q deve fazer ele prevalecer mais em termos técnicos para conseguir boas atuações.

    É bom lembrar não esquecer dos estudos são muito importantes, torço para que ele seja um grande atleta.

    Will13,
    Abs.

    ResponderExcluir
  5. Bacana!
    Talvez fosse um bom momento para mudar para um clube maior, com trabalho mais forte na base.
    Sorte pra ele!

    ResponderExcluir
  6. Gostei do que ele falou sobre os estudos.

    Que ele seja bem acompanhado, e como já dito, trabalhe todos os fundamentos, para aí sim se tornar um grande jogador.

    Belo lance aos 40" do vídeo.

    Jônathas

    ResponderExcluir
  7. Fabio Carvalho, o Clube Internacional de Regatas é um dos maiores formadores de atletas de basquete do Brasil...nos últimos tempos saíram de lá Murilo Veloso (seleção de desenvolvimento e atualmente no juvenil do Pinheiros), Willians Santos (campeão paulista juvenil de 2010 por Barueri, sendo melhor pivô do campeonato), Luis Fernando (ala, atualmente no juvenil de Araraquara), Felipinho (armador do juvenil do Paulistano, também já convocado para Seleção Brasileira)
    Esse tipo de pensamento é que prejudica o nosso basquete...concentra os melhores jogadores onde está o poder financeiro e acaba com o nível de competitividade nas nossas competições na base...Pegar os melhores de cada equipe é fácil, quero ver formar jogador que nem aqui em Santos...

    ResponderExcluir
  8. Boa tarde Alfredo e Guilherme,

    Meu nome é Daniel Nóbrega, sou agente de atletas de basquetebol, de Santos, terra do Kauê.

    Minha empresa é a NEXT LEVEL Basketball Management, agência nova no mercado brasileiro, que está focada principalmente nos novos talentos do nosso basquete. Nossa idéia é implementar um sistema de trabalho diferenciado com esses "moleques", dando toda a estrutura para eles crescerem em todos os aspectos, esportivos e pessoais.

    Agora falando do Kauê...é incrível o status que ele atingiu nas últimas semanas, passando a ser de fato reconhecido no meio do basquetebol, com destaque em toda a mídia especializada. Mas posso te garantir, que para nós aqui de Santos, não foi surpresa nenhuma nem as recentes performances do Kauê no Brasileiro Sub15, nem a tranquilidade e humildade com que ele reagiu a essa "fama" repentina.

    Acompanho a trajetória do atleta há pelo menos 1 ano e meio, e antes de ele partir para essa competição nacional, procurei o técnico dele no Sub17 aqui do Inter/Santos, o Prof. Daniel Leque, e pedi que marcasse uma conversa com os familiares do Kauê para apresentar o trabalho da agência e fazer uma proposta para que pudéssemos ajudá-lo na continuação da sua promissora carreira. Essa conversa acabou que aconteceu só essa semana, felizmente foi tudo bem e agora o atleta terá toda a estrutura necessária fornecida pela NEXT LEVEL, para desenvolver cada vez mais esse dom que Deus lhe deu.

    Tenho certeza que assim como o Kauê, existem e já existiram tantos outros talentos nas nossas quadras, mas que carecem de um apoio maior e uma estrutura mínima para desenvolverem suas habilidades. Espero cumprir esse papel que estamos nos propondo, de desenvolver atletas e homens, oferecendo as melhores soluções para esses meninos e suas famílias, não só pensando na parte financeira, torcendo para ele fazer bons números para conseguir logo um contrato na Europa ou coisa parecida. Acho que os agentes tem essa função e obrigação de oferecer a melhor solução para o atleta, mas não somente financeiramente, e sim também no aspecto humano, de deixar o menino onde se sente melhor, e tentar dentro desse lugar colocar a estrutura necessária à disposição. Não sei se me fiz entender, mas enxergo hoje uma ansiedade em mandar qualquer atleta que se destaque aqui para fora, em vez de buscarmos fazer com que aqui eles tenham boas condições para desenvolverem seus jogos. Quantos dos nossos não foram pra Europa cedo e lá se tornaram mais um, e nunca mais ouvimos falar?? Claro que os gestores do nosso esporte deixam a desejar, mas e aí?? Vamos ficar só reclamando e mandando nossos talentos pra fora?? Não é assim que eu penso, e espero que outros tenham a mesma inconformidade e inquietude que eu tenho, e pensem em realmente melhorar nosso esporte.

    Quero ressaltar também a simplicidade do próprio Kauê e de sua mãe, Dona Meire, que hoje é a principal incentivadora e apoiadora da carreira do jovem talento, junto de toda a família. Sei que é muito cedo pra falar, pois já vimos outros casos parecidos não darem em nada, mas o Kauê é especial, e faremos de tudo para que ele seja o futuro do nosso basquete.

    E vale lembrar que nossa agência também gerencia a carreira de outros jovens talentos, como os próprios irmãos Vezaro.

    Sou fã e leitor assíduo do blog, e espero poder colaborar outras vezes com opinião e informação sobre nossos atletas. Logo nosso site estará no ar, com idéias diferentes, que espero que agradem a todos.

    Queria na verdade te mandar essa mensagem por email, mas não achei-o. Fique a vontade para publicar ou não o comentário.

    Abraço!

    Daniel Nóbrega
    NEXT LEVEL Basketball Management

    ResponderExcluir
  9. Acima da média pra categoria mesmo. Porém, dois pontos.

    1 - Precisa por na cabeça que basquete não é só ataque, não é só fazer pontos. Precisa aprender todos os aspectos do jogo principalmente DEFESA. Se nao souber defender, será apenas mais um em meio a tantos.

    2 - Sei que ainda é bem jovem, mas precisa perder peso. Pra jogar em alto nível será necessário ser mais atlético, correr mais, saltar mais... E o peso atrapalha. Sem falar que pode prejudicar muito cedo as articulações.


    Torço para que dê certo e tenha sucesso na carreira. O Brasil precisa de novos talentos para que no futuro possamos almejar algo mais.

    ResponderExcluir
  10. Kauê é um excelente jogador. Perdemos a final do Brasileiro Sub 15 essencialmente porque não achamos um jogador que conseguisse neutralizá-lo nos 2 últimos quartos. O basquete dele é realmente eficiente, apresentando muitos recursos no ataque e sua personalidade em quadra é de Campeão. Parabéns Kauê. Prof. Ismael - Aux. Téc. SC

    ResponderExcluir
  11. Ae mlk, parabéns pra tii. aqui tu sabe que todos torcemos por ti meu parceiro, e isso é só o começo. Aqui é Felipe Tavares, teu descobridor no basquete, OIAOEIAOEIAOIE. É nois mlk, sempre!

    ResponderExcluir
  12. Eae Ismael,Brigadaooo Kaue aqui!,Abraços e vlw Cara.. qqc me segue no twitter @kaaue22,e la passo contato do msn. E é verdade pessoal esse Felipe Tavares qe me levou pro basquete algumas coisas dedico tbem a ele,Vlw Irmaooo! Abraços peessoal!

    ResponderExcluir
  13. Anônimo das 16:03 de ontem,

    A matéria é sobre a história de superação do garoto, e não uma análise técnica do seu jogo. Muitas pessoas, em seu lugar, já teria desistido da modalidade. Por isso, acho que ele merece todo o destaque.

    Sinceramente, não posso julgar o Kauê tecnicamente. Nunca o vi atuando. Só posso comentar sobre o pouco que está disponível na internet e pelos comentários de quem já o viu jogar.

    Um abraço,

    Alfredo

    ResponderExcluir
  14. Fábio Carvalho,

    Para falar verdade, pouco conheço sobre o trabalho de base, não apenas do Internacional, mas de São Paulo em maneira geral.

    Então, não saberia dizer o melhor caminho para o garoto.

    Abs,

    Alfredo

    ResponderExcluir
  15. Daniel Nóbrega,

    Torço para que tudo dê certo com o garoto e espero que a sua agência juntamente com os familiares possam orientá-lo da melhor maneira possível.

    Concordo com a sua visão sobre enviar os jogadores a qualquer custo para o exterior. De fato, não faz o menor sentido. O cenário atual é muito diferente do meio da década passada.

    Uma coisa é o jogador ser fora de série e receber uma proposta de um Barcelona da vida. Outra é um jovem jogador se aventurar nas divisões inferiores da Europa.

    Um abraço,

    Alfredo

    ResponderExcluir
  16. Anônimo das 23:06 de ontem,

    Repito o que eu escrevi pouco antes: não tenho como julgar tecnicamente o Kauê, pois nunca assisti a uma partida dele.

    Sobre o peso, talvez pelo biótipo, essa será uma luta constante em sua carreira. Agora, deve-se ter em mente que nem todas as pessoas nascem para serem magricelas. E há inúmeros exemplos de jogadores bem sucedidos de biótipo "mais forte" (ex: Raymond Felton, na NBA).

    Enfim, a melhor solução é sempre buscar o acompanhamento de um profissional da área de nutrição ou da medicina esportiva.

    Um abraço,

    Alfredo

    ResponderExcluir
  17. Boa NOite!1
    Sou a mãe do Kauê e ultimamente venho acompanhando, esse mundo do basquete,tenho um filho esforçado,um bom menino,estuda, faz ingles,faço o possivel para mante-lo, nos estudos.
    Quanto a tecnica dele, concordo com o PROF,ISMAEL,não por ser meu filho, ele gosta do basquete, e se vc faz algo que gosta , tem que dar certo!!Ele é humilde e maduro, quanto ao biotipo dele, sempre foi esse, e como o Alfredo disse, temos grandes jogadores com esse biotipo, ele treina e agora faz academia, e com esse biotipo, ele chegou aonde chegou.Obrigada Alfredo e a todos que comentaram sobre o meu filho, fiquem com Deus!!
    Rosemeire

    ResponderExcluir
  18. TENHO CERTEZA DE Q VC VAI LONGE KAUÊ
    SEUS SONHOS SERÁ A MAIS PURA REALIDADE
    PODE TER CERTEZA VALEU MULEKEEEEEE

    ResponderExcluir
  19. MEU PRIMO KAUÊ É MUITO ESFORÇADO E VAI CONSEGUIR SE PROFISSIONALIZA E SE DEUS QUISER E ELE VAI QUERER AINDA VOU VÊ-LO NA NBA.

    ResponderExcluir