O tema a ser abordado tem a ver com um rumor que começou a circular há algumas semanas nas principais redes sociais de basquete e que ontem foi confirmado pelo Bala na Cesta: o Flamengo espera contar com Leandrinho em caso de greve na NBA.
Ao contrário do que possa parecer, não se trata de um sonho completamente absurdo. Não tenho qualquer informação, tanto do Flamengo, quanto do ala-armador do Toronto Raptors, mas conhecendo bem as duas partes, ouso apostar que o interesse mútuo de fato existe. Não significa, porém, que a concretização seja fácil.
Desde que se mudou para o Rio de Janeiro, Leandrinho se tornou uma figurinha fácil nas partidas e nos treinos na HSBC Arena. O jogador comprou um imóvel muito próximo ao ginásio em que o Flamengo costuma mandar as suas partidas e, também por isso, sua relação com os atletas e dirigentes rubro-negros é muito boa.
Deve-se registrar que não é a primeira vez que o atleta sonda o NBB. Apesar de parecer um devaneio, foram verdadeiras as informações de que Leandrinho ficou interessado em atuar na fase final da edição 2009/10 pelo modestíssimo Londrina. Nesse aspecto, Leandrinho é uma pessoa extremamente espontânea. Estamos falando aqui de um jogador disposto a chamar dois moleques na rua e levar para auxiliá-lo nos treinos e de um astro que não se furta a jogar uma pelada com a imprensa. Salvo quando o assunto é seleção (não me pergunte a razão), Leandrinho parece uma pessoa quase sempre angustiada para entrar em quadra. Ele tem derramado elogios para o NBB e, informalmente, já disse no passado frases como "agora sim, daria para voltar a jogar aqui tranquilamente".
Por outro lado, não é de hoje que o Flamengo trabalha nos bastidores para garantir eventuais "rebarbas" que apareçam no seu caminho. Há algum tempo o clube vem fazendo homenagens aparentemente sem sentido a jogadores consagrados e a jovens promessas como Anderson Varejão, Fab Melo, Lucas "Bebê" Nogueira.
E a potencial greve da NBA poderá gerar uma dessas rebarbas que o Flamengo tanto espera. Afinal, tal como já ocorreu anteriormente, em caso de paralisação, muitos jogadores pretendem atuar em ligas fora dos EUA, seja para manter a forma, seja para minimizar o prejuízo financeiro. O caminho mais óbvio para esses jogadores é a Europa. No entanto, com a crise financeira, o mercado europeu vive um momento muito ruim. Não bastasse, Leandrinho possui um estilo completamente antagônico ao basquete jogado no velho continente.
Contudo, o eventual interesse mútuo não significa que a situação seja facilmente concretizável. Leandrinho ainda tem mais um ano de contrato garantido, que lhe garantirá aproximadamente sete milhões e meio de dólares. E, embora os contratos dos jogadores da NBA sejam suspensos em caso de greve, a situação jurídica dos jogadores com vínculo é muito nebulosa.
Em primeiro lugar, é necessária uma autorização especial da FIBA para atuar em outro clube. Depois, a Associação de Jogadores da NBA recomenda que nenhum jogador entre numa quadra de basquete, seja por qual motivo, antes de firmar um seguro que lhe garanta o valor integral do contrato em caso de lesão grave. Sem isso, o atleta corre o risco de entrar numa batalha arbitral ou judicial contra a sua equipe para fazer valer o restante do seu contrato.
No caso específico de Leandrinho, um seguro desse tipo pode custar algumas centenas de milhares de reais. Além disso, o Toronto adoraria uma desculpa qualquer para não cumprir integralmente o terceiro contrato mais caro de sua folha salarial. Para piorar, o jogador seria obrigado a retornar para os EUA imediatamente no caso de fim da greve, deixando o time brasileiro a ver navios.
É por esses motivos que o sonho rubro-negro, embora não absurdo, ainda parece bem longe de ser palpável.
Assino embaixo! Daqui a umas 3 temporadas, quem sabe... mas agora, muito complicado!
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