sábado, 30 de abril de 2011

Super Copa Brasil no Rio de Janeiro

A CBB definiu a sede da Super Copa Brasil, torneio que vale direito a pleitear 2 vagas no NBB 4 e uma vaga em competição sul-americana. A competição será realizada entre os dias 9 a 13 de maio no ginásio do Tijuca Tênis Clube, no Rio de Janeiro.

8 equipes das 5 regiões brasileiras disputarão o título: Rio Claro, Liga Sorocabana, Tijuca, Campo Mourão, Caxias do Sul, São José, Sport e São Camilo. Segundo o site da CBB, a final do torneio será transmitida pelo Sportv (dia 13, às 16 horas).

Nau brasileira na Espanha

A temporada regular do campeonato espanhol (ACB) está chegando na reta final. No entanto, uma coisa já está definida: 4 brasileiros foram rebaixados para a 2a divisão juntamente com as suas equipes. Com o lanterna Menorca Basket, caiu Caio Torres, e com o Granada caíram mais 3: Augusto Cesar Lima, Rafael Freire e Paulão Prestes.

A situação de alguns destes conterrâneos expõe casos de jovens jogadores que atravessam o oceano em busca de uma ascensão no basquete, mas que acabam encontrando dificuldades em se firmar e desperdiçam parte do seu potencial na Europa.

O caso de Caio Torres talvez seja o mais emblemático. O pivô saiu do Brasil com apenas 16 anos, contratado pelo Estudiantes (mesma equipe do pivô Lucas Nogueira). Não chegou sequer a estrear em sua equipe e foi emprestado para o Rayed Guadalajara (3a divisão da Espanha). No ano seguinte, foi emprestado ao Paulistano, onde passou 2 meses antes de retornar ao Estudiantes, equipe em que conseguiu ficar por 3 anos antes de começar uma nova perignação por Melilla Baloncesto e Menorca, onde atuou nesta temporada. O curioso é que Caio ainda tem 23 anos.

Paulão, também com 23 anos, não vive uma situação muito diferente. Saiu do Brasil com 16 anos rumo ao Unicaja. No ano seguinte, foi um dos principais destaques individuais do Campeonato Mundial Sub17. Naquele momento, Paulão parecia ter um futuro garantido na NBA. No entanto, o pivô passou 2 temporadas se revezando entre o Clinicas Rincón Axarquía e o Unicaja, até ser emprestado para o Murcia na última temporada, onde sofreu uma grave lesão no tornozelo. Finalmente, rompeu seu contrato com o Unicaja e foi para o Granada no início desta temporada. Um pouco antes disso, fora escolhido (ele estava disponível pela idade limite) no segundo round do Draft 2010 pelo Minnesota Timberwolves. Nada muito animador, já que historicamente pouquíssimas escolhas desta posição (45a) são aproveitadas.

Os casos de Rafael Freire e de Augusto Cesar Lima se distinguem dos citados acima em razão da idade, já que ambos têm apenas 19 anos. Os dois são promissores talentos, mas já vivenciam uma pequena rotina de mudanças que inclui Unicaja (clube que detém o direito federativo dos dois), Clinicas Rincón Axarquía e, mais recentemente, o Granada.

A lista de "nômades espanhóis" não se limita aos que foram rebaixados, obviamente. Há casos como o de Marcus Vinicius Toledo, que chegou a servir regularmente a seleção e simplesmente desapareceu e os de Vitor Faverani e Rafael Hettsheimeir, que ora aparecem, ora somem nas mais diversas divisões espanholas.

Todos esses casos nos levam a seguinte reflexão: será que ir cedo para a Europa é mesmo o melhor caminho para quem pretende se tornar um astro no basquete? Olha, se esta pergunta fosse feita há 5 anos atrás, quando simplesmente não havia opção razoável no Brasil, a resposta seria positiva. No entanto, a falta de continuidade por conta desta rotina migratória e o trabalho em equipes e divisões de qualidade duvidosa, criam uma incerteza muito grande.

Vale lembrar que dos 5 brasileiros que hoje têm carreiras consagradas no exterior, apenas Tiago Splitter saiu do Brasil sem antes brilhar por aqui e, mesmo assim, firmou-se muito cedo no time principal do Baskonia, onde ficou 7 temporadas (desde os 18 anos de idade). Nenê (Vasco da Gama), Leandrinho (Bauru), Anderson Varejão (Franca) e Marcelinho Huertas (Paulistano) saíram do Brasil já consolidados como astros de suas equipes e com propostas que lhe garantiam perspectivas reais no exterior.

Por isso, é bom ficar de olho para que o sonho europeu não se torne uma furada irreversível na carreira.

Dragão cai de cabeça erguida

"Ufa! O time de Bauru é muito forte!". Com esta frase, Marcelinho Machado resumia a pedreira que o Flamengo precisou superar para avançar para as semifinais do NBB.

E este não foi apenas um gesto de cavalheirismo ou uma simples constatação no calor de fim de jogo. Aos longos dos últimos anos, já tive a oportunidade de perguntar qual é o confronto mais complicado no NBB e, ao menos para o time da Gávea, a resposta é quase unânime: Bauru.

A equipe do dragão mais uma vez é eliminada nas quartas-de-finais do NBB, mas existe um abismo entre a primeira e a última participações de Bauru nos playoffs. Em 2009, a equipe de Guerrinha chegou a ser humilhada pelo Minas (74 x 47 no jogo 2). Na temporada seguinte, os bauruenses foram eliminados pela atual campeã, Brasília. Em 2011, a principal diferença é que de fato Bauru teve uma chance de superar o seu adversário, com bons jogos tanto fora como dentro do alçapão da Luso.

Com apenas 4 jogadores que disputaram a primeira edição do NBB (Larry Taylor, Fischer, Alex e Ricardo), a equipe desempenhou um dos melhores, senão o melhor, trabalhos de composição de elenco, apesar de trabalhar com um orçamento infinitamente inferior ao dos principais rivais. A equipe de Guerrinha somou o bom (mas destemperado) pivô Jeff Agba; Douglas Nunes, a revelação do campeonato; Pilar, um dos melhores reservas da competição; além de duas ótimas promessas, Thyago Aleo e Gui (este último, responsável por cestas de 3 pontos decisivas ao longo da série contra o Flamengo).

É na base da organização e do planejamento, portanto, que Bauru tenta superar as limitações financeiras. Assim, não assusta que recém eliminada, a equipe já esteja com a maior parte do seu plantel definido para a próxima temporada. A única grande perda em relação a esta temporada deverá ser Jeff Agba, que solicitou um aumento. Por outro lado, a equipe deverá fazer uma excursão à China, levando alguns estrangeiros para testes.

É desta forma, de grão em grão, que Bauru pretende finalmente superar as quartas-de-finais do NBB.

Gregg Papelovich

Existe uma mania entre mídia e torcedores de basquete que poderia ser simbolizada através do neologismo "genialização". A genialização consiste basicamente em tomar o bom como perfeito.

Aconteceu com Phil Jackson, principalmente quando a migração entre Chicago Bulls (Michael Jordan) para Los Angeles Lakers (Shaquille O´Neal) foi bem sucedida. Seu comportamento (supostamente) zen foi tido como modelo ideal e "seus" triângulos ganharam o status de obra de Da Vinci.


Hoje, o fenômeno da genialização volta a se repetir com Gregg Popovich. Bem no início da temporada, quando ainda twittava pelo Draft Brasil, recebi pedradas de vários lados por defender mais tempo em quadra para Tiago Splitter: "Ufanista!", "Essas pessoas que não conhecem o trabalho de Popovich são muito afobadas", "Como criticar a melhor campanha da NBA?", e por aí vai...

Ora, ufanista seria criticar Jerry Sloan por não ter dado mais oportunidades para Rafael Araújo. Ok, é óbvio que o fator geográfico é a principal razão para que escolha analisar a carreira de Tiago Splitter e não a do Timothy Mozgov. Tendo isto em mente, não parecia qualquer loucura apontar os principais defeitos no elenco do San Antonio Spurs: sempre faltava fôlego nos playoffs e o garrafão era um desastre em potencial.


Logo depois do título em 2007, ainda com Tim Duncan jogando o fino, o time do San Antonio Spurs quase foi varrido nas finais da Conferência Oeste pelo Los Angeles Lakers, que ali estreava Pau Gasol. E olha que o San Antonio Spurs ainda contava Fabricio Oberto para tentar medir forças com a versão menos turbinada do projeto "3 seven footers" (com Radmanovic, ao invés de Bynum). De lá para cá, sem resolver o problema no garrafão, o time tem repetido o roteiro de ir bem até onde os corpos de suas principais estrelas, principalmente Duncan e Manu, aguentam.

Por isso, fazia todo sentido do mundo imaginar que a chegada do considerado, não apenas por mim, diga-se, maior pivô do basquete fora da NBA cairia como uma luva para o San Antonio Spurs. Mais do que isso, Tiago Splitter levava em sua bagagem duas ferramentas fundamentais e supostamente contraditórias: idade e experiência. Afinal, quantos jogadores de 26 anos no planeta possuem 3 Campeonatos Mundiais no currículo?

No entanto, a tal da "genialização" tentou nos entubar goela abaixo algumas premissas intragáveis:
1 - Que Dejuan Blair e Matt Bonner eram uma solução, e não um problema para os playoffs;
2 - Que não jogar seria melhor para a adaptação de Tiago Splitter;
3 - Que todos calouros passam por isso com Popovich, e acabam se tornando estrelas.

A primeira foi desmitificada por um time com garrafão bem menos poderoso do que o Los Angeles Lakers, a segunda é derrubada pelo bom senso e a terceira premissa, talvez a mais irritantes delas, simplesmente não encontra lastro algum.

De fato, no meio da temporada, para comprovar que Tiago não estava passando por um processo comum a todos no Spurs apurei que de todos os calouros "relevantes" da equipe texana, a temporada de poucas oportunidades de Splitter só era comparável a de  Fabricio Oberto. E não foram só os craques que ficaram na frente. A farta lista conta com nomes como George Hill, Gary Neal, Dejuan Blair, Beno Udrih, e por aí vai...


E o problema não foi apenas a quantidade de tempo em quadra. Ora, creio que seria mesmo razoável para Tiago atuar por cerca de 15 a 20 minutos por partida em sua primeira temporada, como processo de adaptação. A questão é a qualidade dos 738 minutos que foram oferecidos a Tiago Splitter ao longo da temporada regular. Para se ter uma ideia, dos 20 quintetos em que o pivô brasileiro mais participou, apenas 1 contava com Tim Duncan. Para piorar, o pivô jamais conseguiu atuar numa boa sequência de jogos.


Agora, como diria o outro, vaca já foi para o brejo. A segunda melhor campanha da temporada regular foi incapaz de parar Zach Randolph e Marc Gasol, e por este ralo se foi uma das últimas chances de o San Antonio Spurs disputar o título com o seu principal ídolo, Tim Duncan. E se os texanos contam com um quinteto titular (Parker, Manu, Jefferson, McDyess e Tim Duncan) que se atuasse num grande centro dos EUA ganharia um apelido do tipo "os invencíveis prateados", a dura realidade é que seus torcedores tiveram que amargar uma raríssima zebra (pela quarta vez na história, um oitavo colocado derruba o primeiro e, não fosse por um arremesso milagroso e desesperado, teria sido por humilhantes 4 a 1).

Gregg Popovich, não vou negar, é um ótimo treinador, também um dos poucos que tiveram a oportunidade de trabalhar com uma super estrela "submissa" na NBA. No entanto, não há como esconder que já são 2 erros homéricos nas últimas temporadas: dispensar Luis Scola e não apostar na primeira temporada de Tiago Splitter na NBA. Só espero que não tentem genializá-los.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Enfim, basquete

Se é verdade que o placar de hoje (Flamengo 79 x 73 Bauru) foi praticamente igual ao de ontem (Bauru fez 2 pontos a menos), as duas partidas acabaram sendo bem diferentes.

Ok, ok. Teve reclamação do Guerrinha, xilique do Marcelinho, falta dura do Fischer e arbitragem muito fraca, mas pelo menos as 2 equipes entraram em quadra mais determinadas a jogar basquete, e o resultado foi uma partida bem mais agradável de se acompanhar.

No primeiro tempo, os times disputaram a liderança no placar a cada posse de bola. Fischer estava com a mão calibrada e acertando arremessos de todos os cantos da quadra. Pelo Flamengo, Marcelinho começou bem apagado, sendo bem marcado por Larry Taylor e se não fosse uma excelente atuação de Hélio, teria ido para o vestiário em desvantagem. De fato, com Pilar no lugar de Jeff Agba (suspenso depois de ser desqualificado infantilmente nos últimos segundos da partida de ontem), o time paulista surpreendeu o Flamengo com mais velocidade, defesa mais agressiva e principalmente versatilidade. Para se ter uma ideia, Pilar puxou a maioria dos contra-ataques bem sucedidos de Bauru.

No entanto, Marcelinho Machado voltou muito bem do intervalo, jogando um basquete com mais agressividade e menos arremessos. Larry Taylor, com problemas de faltas, não conseguiu manter o mesmo ritmo na marcação, abrindo espaço para o ala-armador do Flamengo marcar os seus pontos.

Um detalhe técnico é que Gonzalo Garcia praticamente não utilizou Duda, dando mais tempo de quadra para David Teague. E se é verdade que o norte-americano não estava acertando nada, o fato é que a alteração surtiu bastante efeito na defesa, com Teague fazendo uma boa marcação em cima de Larry Taylor.

O Flamengo abriu 10 pontos no placar e parecia que levaria essa vantagem até o final da partida de forma tranquila. Contudo, Bauru acertou 3 arremessos de longa distância consecutivos (2x Fischer e Pilar) num intervalo de aproximadamente 40 segundos, reduzindo a vantagem de 10 para apenas 2 pontos, com 19 segundos no cronômetro. Contudo, o Flamengo conseguiu garantir a sua vitória através dos lances livres.

Com a vitória, o Flamengo abre 2 x 1 na série melhor de 5. Na próxima partida, em casa, Bauru terá a missão de sobreviver nesse difícil confronto.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Regras para o acesso no NBB

Em ofício expedido no dia 11 de abril, a LNB informa à CBB as condições de acesso ao NBB pelas equipes participantes da Super Copa Brasil. São 2 vagas disponíveis, para as equipes que terminarem o torneio promovido pela CBB nas melhores colocações e que atendam todas as condições impostas pela LNB. Em suma, tais condições são as seguintes:

1- Comprovação de viabilidade financeira, através de apresentação de contratos de patrocínios e apoios, de aporte não inferior a R$ 1.000.000,00 (um milhão). Embora o ofício não explicite, presume-se que tal orçamento refere-se ao custo uma temporada. 

2- Disponibilidade de ginásio de acordo com o regulamento do NBB, isto é, com capacidade não inferior a mil torcedores. Além de haver na cidade rede hoteleira capaz de atender a equipe visitante, comissão da arbitragem e dirigentes da liga.

3- Comprovação de qualidade técnica da equipe, através da apresentação de lista nominal de atletas a uma comissão formada por: Aluísio Ferreira (Lula), Hélio Rubens Garcia, Flávio Davis Furtado, Alberto Bial e Luiz Felipe Faria Azevedo.

4- Atender todas as normas do regulamento do NBB.

5- Não pertencer a uma unidade da federação que detenha 50% do limite máximo de vagas do NBB. Como o limite máximo de vagas é 18, nenhum estado poderá ter mais de 9 equipes representantes. Atualmente, há 8 equipes de São Paulo no NBB. Depois, apenas Minas Gerais e Espírito Santo (2 equipes cada) possuem mais de um representante na competição.

6- Pagamento de uma taxa de adesão no valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), que poderá ser parcelada em 5 vezes.

Definidos os pleiteantes e atendidos tais condições, a LNB se reunirá no dia 15 de setembro para definir se permitirá ou não o acesso das equipes. E você? O que achou das regras?

terça-feira, 26 de abril de 2011

Os lamentáveis minutos finais

Estive na HSBC Arena (Rio de Janeiro), onde Flamengo e Bauru travavam um duelo interessante pela segunda rodada das quartas-de-finais dos playoffs do NBB. Parecia que o roteiro do Jogo 1 se repetiria, mas com os papéis invertidos. Se no interior paulista Bauru começou esmagando o time do Flamengo e quase permitiu uma virada histórica, aqui foi o time rubro-negro que permitiu a reação depois de uma primeira etapa fulminante.

No entanto, conforme a diferença no placar era reduzida, o clima começou a esquentar dentro e fora da quadra. Na "tribuna" da HSBC Arena (área central das arquibancadas inferiores, onde ficam misturados dirigentes e jornalistas), um dirigente de Bauru, animado com a reação da sua equipe, começou a fazer um assobio contínuo e ensurdecedor a cada posse de bola do Flamengo. Inconformado com a atitude do convidado, um grupo de dirigentes do Flamengo determinou que o tal assobiador parasse ou que se juntasse à área onde estava localizada uma pequena torcida de Bauru. Como o rapaz não curtiu a "chamada", a coisa quase evoluiu para a truculência, com troca de ameaças e acusações.

O curioso é que logo após este incidente, o clima quente se transferiu para a quadra. O placar marcava uma diferença de apenas 5 pontos a favor do Flamengo, com pouco mais de 1 minuto para o fim do jogo, quando Marcelinho recebeu uma falta boba de Larry Taylor, supostamente no estouro do cronômetro (eu estava twittando na hora e a campanhia não foi tocada, mas os próprios dirigentes do Flamengo que estavam próximos confessavam que o cronômetro já havia estourado). Aí começou a confusão: Guerrinha enfurecido falou cobras e largatos para arbitragem e a mesa, sendo repreendido com uma falta técnica aplicada por Sérgio Pacheco, que mantinha a marcação da falta. 

A reclamação continuou e apenas cerca de 5 minutos depois Sérgio Pacheco convocou todos para frente da mesa para anunciar que estava cancelando a falta (por estouro no cronômetro) e mantendo a técnica no Guerrinha. Foi o ingrediente que faltava para transformar o final da partida em caos. Marcelinho deu um xilique daqueles já conhecidos e esmurrou a mesa, recebendo prontamente uma falta técnica.

Por incrível que pareça, a partida recomeçou e a vantagem de 5 pontos no placar foi mantida até que, quando faltavam cerca de 20 segundos para o fim, o Flamengo recuperou a posse de bola. A equipe de Bauru tinha a opção de fazer a falta para levar Marcelinho à linha de lance livre, mas injustificadamente deixou o tempo passar. Quando faltavam apenas 9 segundos, Fischer finalmente resolveu que era hora de fazer uma falta, e o fez de forma mais dura no ala-armador do Flamengo, que ameaçou retribuir com uma peitada. Acabou recebendo uma bolada de volta. Falta técnica em Fischer e arremessos displicentes (tabelados) de Marcelinho na cobrança dos lances livres. Depois de cada cobrança, o jogador do Flamengo virava para trás para procurar e trocar provocações com Fischer.

No lance seguinte, Jeff Agba aplicou uma rasteira em Duda, sendo imediatamente desqualificado. Finalmente terminava o papelão em que se transformara a partida. Ah sim! O placar foi Flamengo 79 x 71, mas o saldo foi o seguinte:

Flamengo - Começou jogando uma das melhores partidas da temporada, com o time jogando coletivamente e Marcelinho acertando tudo. No entanto, a partir da metade do terceiro período parou de jogar e, para piorar, (mais uma vez) perdeu-se emocionalmente.

Bauru - Assim como ocorreu na temporada regular, na partida realizada no Rio de Janeiro, teve um início desastroso, sendo completamente dominado pelo Flamengo. Estragou a chance da virada na segunda etapa ao se perder emocionalmente junto com o Flamengo. Para piorar, Jeff Agba apelou para a violência faltando apenas 4 segundos para o fim. Dessa forma infantil, desfalcará o seu time na partida de amanhã.

Arbitragem - A grande vilã da noite. A partida parecia se encaminhar para um final eletrizante não fosse uma marcação ao que tudo indica equivocada, e que só foi corrigida 5 minutos depois, fazendo com que todo mundo perdesse a cabeça.

Tomara que amanhã as equipes voltem à quadra determinadas a resolver as diferenças apenas na bola.

domingo, 24 de abril de 2011

A primeira rodada das quartas

Nas quartas-de-finais do NBB é difícil falar em zebra. Afinal, dentre as equipes classificadas, nenhuma se destacou das demais o suficiente para se afirmar um favoritismo absoluto.

Assim, nenhum resultado da primeira rodada desta fase dos playoffs chegou a surpreender. Por outro lado, as duas equipes que podem se considerar vitoriosas são Franca e Pinheiros, que conseguiram derrotar São José dos Campos e Joinville, respectivamente, fora de casa.

A série Pinheiros x Joinville talvez seja, é verdade, a menos equilibrada das séries, com favoritismo para os paulistas. E nem o desfalque de Olivinha foi capaz de impedir a vitória do Pinheiros, que tem tudo para fechar a série em 3 x 0 em São Paulo. Franca, por sua vez, superou 2 importantes desafios: conquistou uma importante vitória fora de casa e seu contestado garrafão conseguiu minimizar o estrago causado por um dos pivôs mais eficientes da liga, Murilo. Não fosse o recente papelão na Interligas, em pleno Pedrocão, eu cravaria que essa série não voltaria mais para São José.

Com tanto equilíbrio, soaria como desdém afirmar que Uberlândia e Bauru fizeram apenas o dever de casa, vencendo, em seus ginásios, Brasília e Flamengo, respectivamente. Em séries tão parelhas como estas, o mando de quadra não é uma vantagem absoluta. Assim, o que houve foi uma transferência de responsabilidade, e não apenas o dever de casa. Agora, a batata quente está com Brasília e Flamengo.

Rádio Giro


Após o título da Interligas pelo Obras, falei com alguns personagens da partida.

Aqui você confere Pipa Gutiérrez, Martin Osimani e Willian McFarlan, três nomes de destaque do time argentino.

Temos também o áudio da íntegra da entrevista que F. Balassiano guiou com Julio Llamas, comandante dos campeões. Depois que ele publicar lá, colocamos aqui algumas partes adicionais que servem como complemento interessante para a fala do argentino (Bala promete a entrevista pra amanhã! Vale ver, está imperdível!).

Por enquanto, os jogadores campeões. Peço, desde já, certo cuidado na apreciação de meu domínio com línguas estrangeiras. A intenção, afinal de contas, é comunicar:

Pipa Gutiérrez


Martín Osimani


Willian McFarlán



sábado, 23 de abril de 2011

A vitória do plano de jogo

Disse que voltava amanhã mas consegui tempo para voltar hoje. Tempo pra dizer, em tempo, que a vitória do Obras marcou a vitória de um aspecto fundamental da estratégia de basquete: o plano de jogo.

O do Obras foi objetivo. Baseava-se em anular Shamell, colocando nele a principal arma defensiva do time, Martin Osimani. No sistema ofensivo, saber ler com calma as posses de bola sem precipitar arremessos, forçando a defesa do Pinheiros a se movimentar e criar lacunas em seu próprio sistema.

Foi possível ver isso do começo até o fim do jogo. Por bons momentos, o Pinheiros soube se fazer valer da capacidade técnica de seus jogadores (pra mim, defensivamente, Morro e Figueroa foram quase impecáveis). No entanto, é raro ver equipes repetindo com calma seu plano de jogo em momentos decisivos. O Obras assim o fez, o Pinheiros não.

O Pinheiros não fez por dois motivos. Ainda quando tinha Figueroa em quadra, o time optou, por diversas vezes, em forçar no jogo individual de Shamell e Marquinhos. O velho sistema de criar desequilíbrio a partir de ISOs faz sentido num tipo de liga como a NBA, que praticamente proíbe uma defesa de ajuda mais efetiva (ainda assim, é só ver o que tem acontecido com Carmelo Anthony para dizer que nem por lá isso tem funcionado), até poderia fazer sentido. Aqui é a pobreza tática mais acentuada. Com a saída de Figueroa (injusta, ao meu ver, uma vez que não fez pelo menos duas de suas cinco faltas), a opção ficou ainda mais focada nos dois jogadores. O outro motivo é a falta de um armador reserva que consiga dar conta. É um problema sabido do elenco do Pinheiros. André Góes, que fez uma partidaça ofensivamente, é um bom reserva para as posições 2-3. Como 1, obriga Marquinhos e Shamell a um protagonismo de pensar o jogo que não estão preparados tecnicamente para realizar.

Sobre o Obras, dois momentos, nos segundos finais, mostraram a calma para saber fechar. O primeiro, a pouco mais de um minuto pro fim, quando Osimani, esquecido e zerado, recebeu uma bola livre no lado fraco da defesa pinheirense, depois de longo trabalho de dupla no setor oposto da quadra. Livre e frio, matou a bola. Mais importante ainda aquela jogada final, uma variação que Llamas treina para situações de jogo. A jogada era outra, mas a variação possível - e que ocorreu - depende do que a defesa adversária permite. A cesta de McFarlan que matou o jogo foi treinada e friamente executada.

O Pinheiros perdeu para o melhor time da liga argentina, que chegará por lá gabaritado na tentativa do título nacional da principal liga latinoamericana. Sob as mãos de um comandante gabaritado e experiente. Um timaço de basquete.

A bola pune ou crônica de um atraso remediável

Estive no ECP na última quinta-feira na final do Interligas. A casa estava cheia. Assisti a partida ao lado de Fábio Balassiano que já contou muitas coisas do confronto no blog. Compartilho de boa parte da análise. Discordo quando ele não chama Osimani de gênio. Mas isso é outra coisa.

Concordo que houve um momento chave do jogo. E foi mesmo quando Pinheiros marcava bem e ousou alternar para uma mal colocada defesa zona, que em dois lances em que enfrentadas, tomou um tiro de três pontos que ressuscitaram os argentinos. Foi uma má decisão que João Marcelo terá que arcar.

No entanto, acredito que essa má decisão tem menos a ver com o trabalho de JM e mais a ver com o que tem acontecido nas quadras brasileiras há algum tempo: há ao mesmo tempo que (inseparável deste, eu diria) o exagero dos chutes de fora, uma banalização da alteração defensiva. No basquete brasileiro, temos visto, costuma haver um sistema de jogo não muito bem concebido de ritmos defensivos, com rápidas alterações. São, em geral, três, que variam sem alterar substancialmente nenhum deles:

- a defesa individual clássica: ainda que variada de maior ou menor intensidade de trocas e fundamentalmente de qualidade nas ajudas acaba por determinar a qualidade deste ou daquele time no setor defensivo.


Quando esta costuma falhar, a solução é sempre rápida e óbvia: a tal defesa zona em suas mais variadas posições numéricas. Tivemos, recentemente, não nos esqueçamos, uma série final em que a defesa zona chegou a ser a primeira opção defensiva. Flamengo e Universo, no ano passado, aproveitando a mesmice dos ataques brasileiros, tiveram soluções que costumam aparecer em jogos de cadetes para apostar, vejam só o paradigma da mediocridade, no erro, em vez de forçá-lo. Seguindo pois, esta, a inevitável segunda opção de tudo e todos.

- a defesa zona que aposta em vez de forçá-lo: óbvio que ela varia. Já estive presente em jogos em que ela foi bem colocada, como por exemplo por Limeira, que tem em Tatu um líder desse tipo de posicionamento em quadra. Em geral, no entanto, e no caso específico da final do ano passado, baseada no paradigma da mediocridade: em contar com o erro adversário.

Não por acaso, na época, Nezinho lançou a frase clássica que ganharam "apesar da zona covarde". O que quero dizer no meu argumento é que por aqui, essa pobre variação tem sido feita por um motivo principal: a pobreza de variação de nossos ataques permite que ela funcione.

Pois o que vi, à beira da quadra do Pinheiros (aliás, melhor lugar em que já assisti um jogo de basquete, com uma visão de fato privilegiada) foi uma imensa facilidade dos argentinos lidarem com tais problemas. Quando não foram aquelas duas bolas de três que mataram o jogo foram rápidos high-low, ou as vezes simples bloqueios irremediáveis em trocas apressadas de nossas mal acostumadas defesas. Qualquer variação defensiva é desastrosa quando um time a lê e a mina desde o princípio. Foi o que aconteceu no ECP. Tão acostumados a ver times brasileiros tentando superar este tipo de alteração com longos chutes, ao enfrentar um tão bem sistematizado ataque argentino, caímos de joelhos.

Por fim, o terceiro tipo de variação tem menos a ver com situações de jogo, mas mais a ver com a intensidade em que o time se posta em quadra. No Brasil, não quero ser injusto, mas me parece que apenas Demétrius notou isso. Falo de uma variação que é menos uma alteração e mais um fundamento.


- pressão que marca quadra toda: a pressão que marca quadra toda, acredito, é diferente da pressão quadra toda. Uma coisa é organizar, independente do posicionamento "numérico", situações de jogo em que você coloca seu time todo dentro da quadra adversária a fim de pressioná-los e encurtar o relógio de 24 para 8 segundos. Outra coisa é ao ter, como idéia de jogo, a pressão do homem da bola, posicionar todo o seu time em função disso. Tenho a impressão, outra vez, que Demétrius foi o único treinador que usou como expediente o conceito de pressão quadra toda como fundamento de seu jogo. Para tanto, precisava de pernas e talento defensivo, que encontrou no cansaço de Tatu, a chave do fracasso.

Mas, mais uma vez, essa confusão costuma não ser punida por aqui. Rápidas "alternativas" de pressionar o adversário desde sua quadra acontecem o tempo todo e não raramente costumam ser bem sucedidas. A falta de qualidade no controle do drible dos armadores e a escassa utilização de dois armadores por aqui acaba por facilitar que essa rápida alternativa funcione. Costuma funcionar, de fato.

No Pinheiros, anteontem, mais uma vez, não funcionou. Com Cequeira e Osimani (gênio) em quadra, e um time bem treinado pelo gentleman Julio Llamas, não consigo me recordar (me corrijam se eu estiver errado) de nenhuma situação em que a pressão lá em cima tenha sequer retardado as rotações ofensivas argentinas.

Acredito, portanto, que se notarmos essas fragilidades de nossas variações defensivas - e sobretudo, a idéia de que se tem em "apostar no erro" que acontece ou nos chutes da linha de fora ou na condução do campo defensivo ao ofensivo, podemos afirmar que a derrota do Pinheiros de anteontem tem muito a ver com nosso atraso tático perante a Argentina. Perdemos de apenas 3 pontos, o que mostra que o atraso tático é remediável.

Os remédios podem ser das mais variadas composições. Se a bola do Olivinha que girou o aro e saiu entra, estaríamos mesmo contando outras histórias. Porque basquete não é só definido na superioridade tática. O estado emocional dos jogadores, inflamado por uma torcida que há muito não se via no basquete da capital paulista (mais de mil torcedores em dia de feriado!), a capacidade técnica dos jogadores e a dinâmica do jogo poderiam ter dado a vitória ao time brasileiro mascarando o nosso atraso tático - que por sinal, devemos dizer, não é só defensivo, nem só ofensivo, mas caminha em mãos absolutamente complementares.

Os fatores apareceram, mas não foram suficientes para darem o título ao time pinheirense. Por isso, hoje choramos mais uma vez pela bola que, no cenário internacional, costuma nos punir. Por ora, a tática nos venceu, como usualmente tem nos vencido.


Amanhã volto com mais impressões desta final da Interligas.

Fotos de Luiz Pires - divulgação.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Giro no vídeo

Na minha visita de quarta-feira ao Pinheiros, falei com o diretor técnico da equipe, Cláudio Mortari, com imagens captadas e gentilmente cedidas pelo Rossi, diretor de esportes do clube. Falamos sobre a volta de São Paulo ao cenário do basquete, tendo como pano de fundo o Pinheiros, que logo mais recebe o Obras Sanitárias pela final do Interligas

Trata-se do primeiro Giro no Vídeo. Espero que vocês gostem.


quarta-feira, 20 de abril de 2011

Nos primórdios da geração de ouro

Em mais um achado do sensacional programa cordobes Live Basketball, seguem dois vídeos com os melhores momentos de primórdias aparições de Fabricio Oberto no basquete profissional, pelo Atenas de Córdoba. A filmagem é de 1993, quando Oberto tinha apenas 17 anos, e as partidas foram válidas pelo Campeonato de Córdoba. Vale a pena conferir esta raridade, já que Oberto, além de ser um dos maiores cestinhas da história dos Campeonatos Mundiais, foi uma das primeiras estacas da melhor geração do basquete argentino de todos os tempos.




terça-feira, 19 de abril de 2011

Cidade de SP volta a ser protagonista no cenário do basquete


Passei a tarde de hoje no EC Pinheiros aceitando o convite de João Fernando Rossi, diretor de esportes do clube.

O clima não poderia ser outro: expectativa e ansiedade pela disputa de quinta-feira, que colocará o segundo lugar do NBB contra o líder da liga argentina, o Obras Sanitárias, pela final do torneio Interligas.

O jogo será realizado às 19h, com transmissão do Sportv, e marca o retorno da capital paulista ao centro do basquete sulamericano. Desde 1997 quando o Corinthians de Oscar chegou à final do Sulamericano que o eixo do basquete tem passado bem longe da terra da garoa.

Hoje o time teve sessões de vídeo, treinamento leve e ajustes táticos. Amanhã chega o Obras Sanitárias, que treina na parte da noite no ginásio do Pinheiros. Sem muitas novidades, o time deve continuar mandando à quadra o quinteto com Figueroa, Shamell, Marquinhos, Olivinha e Morro, com Fiorotto e André entre os principais reservas.

A volta de SP é bem vinda ao cenário nacional. Centro econômico do país, os times da cidade têm patinado há muito tempo. Com o surgimento de um grande time montado pelo Pinheiros nos últimos anos- um projeto calcado no velho modelo paulistano do basquete em clubes - a cidade volta a protagonizar momentos do basquete sulamericano. O Interligas pode ser o primeiro passo dessa retomada.


Onça Parda sob novo comando

Depois de não conseguir se classificar para os playoffs, nem no Campeonato Paulista, nem no NBB, o time de Assis resolveu trocar o comando técnico. Sai Carlão e chega o ex-armador Marcelo Barbosa, mais conhecido no basquete como "Té".

O último trabalho de Té foi como assistente técnico da Liga Sorocabana de Basquete, que acabou de se classificar para a Super Copa do Brasil, depois de ser vice-campeã da Copa Brasil Sudeste. Como jogador, Té era extremamente identificada com a equipe de Casa Branca, quando esta ainda participava das principais divisões do basquete adulto.

Assis ficou na lanterna do último NBB. Por isso, é mesmo importante que o trabalho para a próxima temporada comece desde já.

Okosa, Okosa...

A dica foi do professor Dante de Rose, via twitter. Vejam o vídeo abaixo, em que o pivô Chukwunike Okosa, do Gimnasia & Esgrima ridicularmente anotou 2 pontos contra o próprio patrimônio, na partida contra o Regatas de Corrientes. O jogo era válido pela fase de resgates dos playoffs da Liga Argentina. Okosa até se redimiu, sendo o cestinha da partida, com 24 pontos, mas não foram suficientes para impedir a derrota de sua equipe e a eliminação dos playoffs.


Varejão faz promoção

O jogador Anderson Varejão decidiu fazer uma promoção muito legal, valendo um bonequinho do tipo "cabeção" (bobblehead para os gringos).

Seguem as informações sobre como participar: "Já viu o bobblehead exclusivo do Anderson Varejão, ala da Seleção Brasileira e do Cleveland Cavaliers? Quer ganhar uma miniatura do cabeludo com a camisa do Cleveland Cavaliers? Então mande uma frase para o @mpcriocom dizendo porque você merece levar para casa um boneco exclusivo. Quem vai escolher a melhor frase é o próprio Anderson Varejão. O resultado sai no dia 24 de abril (domingo) e o nome do vencedor será divulgado no Twitter da MPC Rio Comunicação (@mpcriocom). Use a criatividade e participe. Vale o bobblehead exclusivo do Anderson Varejão!"

Boa sorte para os leitores do Giro!

E por falar na arbitragem caseira...

A postagem feita imediatamente abaixo foi publicada quando Chicago Bulls e Indiana Pacers ainda estavam na metade de um ferrenho duelo pelo Jogo 2 da série. Aliás, a cesta de 3 pontos de TJ Ford, da quadra de defesa, para encerrar o primeiro tempo, já anunciava uma partida pegada até o último segundo. E, de fato, isso teria acontecido se a arbitragem da NBA, mais uma vez, não tivesse interferido lamentavelmente a favor dos anfitriões. Confira:


Na verdade, o escândalo das arbitragens caseiras está tomando proporções tão grandes, que aquelas equipes que hoje são visitantes já deveriam começar a temer o efeito inverso nas partidas de volta, o que representaria um duplo prejuízo...

A velha arbitragem caseira

Os playoffs são mesmo a única parte da temporada que dá gosto de assistir na NBA. Ainda assim, algumas coisas irritam bastante, dentre elas a arbitragem caseira. Não consegui assistir a nenhuma das primeiras partidas, mas ao ver os melhores momentos de duas séries, deparei-me com dois erros escandalosos e decisivos, ambos a favor das equipes mandantes.

Na partida Boston Celtics x Knicks, Ray Allen aproveitou-se, além de uma troca de marcação fora de hora da defesa do Knicks, da preciosa colaboração de Kevin Garnett, que deu um outro sentido à expressão "bloqueio andando" (moving screen para os norte-americanos). Repare na rasteira aplicada por KG:


Kevin Garnett, aliás, já ficou conhecido por seus bloqueios ilegais, como mostra esse vídeo abaixo:


Já no jogo Oklahoma City Thunder x Denver Nuggets, os juízes ignoraram solenemente a regra da NBA que veda a interferência do jogador com a bola quando esta estiver sobre o cilindro imaginário acima do aro, em qualquer hipótese (mesmo depois de a bola bater no aro). Regra, aliás, que, para falar a verdade, não entendo por que ainda existe na NBA (só para causar confusão, talvez). No entanto, mesmo com as regras FIBA, o lance seria ilegal, já que além da interferência, Perkins tocou na redinha e balançou levemente o aro. 3 ilegalidades num só lance...


segunda-feira, 18 de abril de 2011

Notas sobre a primeira rodada dos playoffs da NBA


Ao fim da primeira rodada de todos os confrontos dos playoffs da NBA, gostaríamos de pontuar algumas coisas.

- Há de se fazer, antes de tudo, um elogio das derrotas. Como jogaram bola o Indiana Pacers, o New York Knicks, o Denver Nuggets e o Portland Traiblazers. Nomes como Tyler Hansbrough, Amare Stoudemire, Nenê e Rudy Fernandez impressionaram demais na primeira rodada e por muito pouco poderiam ter saído como heróis de um resultado improvável. Não foi dessa vez. Dwight Howard jogou muita bola e perdeu. Mas era favorito, então não conta.

- Há de se fazer, também, um elogio das óbvias vitórias. Como a do Bulls com o último quarto fulminante de Derrick Rose, passando por cima de tudo e de todos. Ou ainda a remontada do Heat mais de Wade que de LeBron, que suou mas levou. Menos previsível mas igualmente alarmante foi a vitória do Atlanta Hawks, um time que come quieto e promete incomodar.

- Há de se fazer, contudo, a cornetagem das derrotas inesperadas. Spurs e Lakers, principalmente.


- Popovich merece tomar uma surra no garrafão, ao insistir com Blair e Bonner. É parte patriotada minha, mas se fosse outro jogador que tivesse feito a travessia Europa-EUA notavelmente superior à dupla BB também estaria aqui reclamando. Fossem Lorbek, Fran Vazquez, Mirza Teletovic, entre outros, ainda não faria o menor sentido deixá-los amargando o banco para ver Gasolzinho e Zach Randolph maltratarem o garrafão. Ginóbili não jogou e a história poderia ser diferente?Verdade. Mas o diferencial do jogo foi no garrafão.

- Os Lakers não esperavam uma partida como essa. E Gasol precisa voltar a ser o homem que costuma ser em grandes jogos. Mais uma vez as críticas cairão todas em seus ombros. Caso vença e jogue bem, será considerado apenas um coadjuvante. É como funciona...

- E por fim, o elogio às causas impossíveis e às grandes atuações. Que formidável Jason Kidd no sábado! Ao lado de Dirk Nowitzki, o dono do jogo. E o que dizer de Chris Paul e Aaron Gray? Durant e Westbrook? Zach Randolph, Gasol e Battier! Que bola, Battier!

- A última: de que planeta veio Ray Allen?

Mas e a transparência?

Como mostra a foto ao lado, os garotos da seleção brasileira de desenvolvimento sub19 parecem ter cortando um dobrado na fase de preparação que está ocorrendo em Las Vegas, que se encerrou neste final de semana.

Estamos falando de um grupo de 16 atletas que compõem 2 projetos da CBB, um a curto prazo (Mundial Sub19 na Letônia, em junho) e outro a médio/longo prazo (fornecer talentos para as seleções adultas, principalmente visando as Olimpíadas de 2016). 

Apesar de ser um paliativo em termos de efetivo desenvolvimento, essa a seleção é uma das maiores fontes de investimentos da CBB nos últimos anos no que se refere à basquete de base. O grupo está instalado há meses em São Sebastião do Paraíso tem uma série de compromissos internacionais na agenda, a começar por essa recém terminada viagem a Las Vegas.

Por essa razão, causa espanto a falta de transparência envolvendo o dispendioso projeto, especialmente quando consideramos que ele é bancado, diretamente ou indiretamente, em sua maior parte, por recursos públicos.

De fato, nos últimos 2 meses, a Assessoria de Imprensa da CBB publicou em seu site somente 6 artigos diretamente relacionados à seleção de desenvolvimento, alguns contendo não mais do que um parágrafo, como o último. Aliás, sobre a viagem a Las Vegas, que certamente não foi baratinha, a CBB publicou um total de 3 parágrafos de informações.

Essa falta de informações torna completamente impossível a avaliação pela imprensa especializada e pelo público em geral acerca do projeto como um todo.

Em caráter meramente exemplificativo, enumero algumas das muitas dúvidas que tenho sobre o assunto:

1. Por que o Impact Basketball de Las Vegas foi o centro de treinamento escolhido para essa primeira fase de preparação internacional?
2. Os treinamentos realizados foram de quais espécies? Físicos, técnicos e/ou táticos?
3. A seleção derrotou a equipe do Impact Basketball. Essa equipe é formada por quais jogadores? Qual é a faixa etária dos jogadores dessa equipe?
4. Como foi a atuação individual e coletiva da seleção nesta primeira partida de preparação? E as estatísticas?
5. Por que o atleta Guilherme Saad foi destacado do grupo para participar do Jordan Brand Classic? Ele foi convidado ou indicado pela CBB?
6. Além dos atletas, quais dos 7 integrantes da comissão técnica viajaram com o grupo? Algum dirigente da CBB também viajou?

Enfim, é a presença ou não desse tipo informação que faz com que uma entidade seja transparente ou não transparente, e a CBB certamente se inclui na segunda hipótese.

As enterradas de Nenê

Como torcedor do Denver Nuggets, confesso que não estou otimista para os playoffs 2011. É que de todas os adversários possíveis na Conferência Oeste, o Oklahoma City Thunder me parece o pior confronto para o renovado o time do Colorado.

O time de Durant e Westbrook conta com jogadores tão versáteis e atléticos quanto os de Denver, valendo o talento da dupla principal como um plus em relação ao rival. Para piorar, o time conta com uma "dupla antídoto" para o talento de Nenê: Ibaka e Perkins. Assim, entendo que para superar o difícil adversário, ou pelo menos para tentar complicar a sua vida, um dos caminhos mais seguros para Denver passa pela agressividade de Nenê.

Na primeira partida da série, apesar de ter levado um susto no início do segundo tempo depois de um choque no joelho, Nenê distribuiu enterradas na cabeça dos adversários, e o Denver Nuggets quase aprontou fora de casa. Vale a pena ver algumas dessas jogadas do pivô brasileiro. Confira:

domingo, 17 de abril de 2011

No primeiro torneio internacional, Pinheiros vai à final

Mesmo se tivesse perdido o duríssimo jogo desta noite, o time do Pinheiros já teria passado pela prova de fogo: disputar as três primeiras partidas oficiais em competição internacional.

No entanto, o time da capital paulista venceu os tradicionais Libertad Sunchales e Atenas de Córdoba, além do líder do NBB, Franca, e garantiu a conquista do grupo francano e, consequentemente, vaga na final do Interligas.

Hoje, o grande nome foi Shamell, que acertou tudo de todo o lugar e liderou o time a duríssima vitória.

O jogo será contra o Obras Sanitárias, em São Paulo, na próxima quinta-feira. Assim, os debutantes podem ter o fenomenal resultado de vencer o primeiro torneio internacional que disputam. Só falta um jogo. E eles não estão satisfeitos com o vice-campeonato.

Uma aula de Grant Hill

Um dos jogadores mais experientes da NBA, Grant Hill é sem sombra de dúvidas um craque. O ala deu uma ótima entrevista para a Digg Nation falando das diferenças da liga de quando ele entrou pra hoje, de Steve Nash, de sua carreira e de outros tantos assuntos.

São pouco mais de 20 minutos de ótima entrevista que, infelizmente, não tem legendas. Se alguém tiver tempo poderia fazê-las. Fica a dica, um ótimo material para entender melhor a NBA.

Nada decidido


Nem em Minas nem em Limeira. As duas séries de oitavas de final do NBB que poderiam ser decididas hoje permanecem abertas.

Ambas terão o jogo 5 na quarta-feira. Em Joinville e em São José dos Campos.

Alguns pontos:

- não pode acontecer o que aconteceu em Limeira. Jogar sem cronômetro visível para todos é muito amadorismo. Em qualquer fase seria (como o que aconteceu em Vila Velha nas rodadas duplas envolvendo inclusive os dois times que disputam esse duelo). Nos playoffs em um jogo decisivo é ainda mais.

- isso posto, não influenciou em nada a derrota de São José, que perdeu na bola. Todos confirmaram o seu mando e a decisão no jogo cinco será um partidão.

- Não consigo entender porque Murilo não recebe mais bolas. Principalmente porque o pivô vinha tendo uma atuação totalmente dominante na partida.

- Gostei da atuação do trio de arbitragem. Principalmente da serenidade de Flávia.

- Incrível como joga Ronald Ramón. Limeira deveria renovar com ele imediatamente. Alguém sabe se ele tem contrato de um ano apenas? Sei que Cássio Roque costuma fazer contratos de dois anos. Com Tatu, faz uma ótima dupla na armação limeirense.

- Em Minas, não vimos a partida e não gostamos de falar nada baseado em números. Impressiona, no entanto, o controle do placar que o time catarinense teve ao longo do jogo todo. O time mineiro não teve nem chance de respirar.

- Uma chance como essa de fechar a série não se perde. Agora terá de lidar com o Ivan Rodrigues lotado com a sobrevida conquistada com o massacre em BH. Sorte do Joinville.

E aí, quais seriam os pontos que você que viu os jogos ressaltaria?

O Doc Funk voltou!

O grande Doc Funk voltou!

Pra quem não conhece, Doc Funk é brilhante. Ele pega imagens de jogos e coloca fala nos jogadores. Técnica básica, execução brilhante.

Aqui vão alguns de ontem. Escolhi um de cada jogo.



If I were Mike Bibby, I would know who I was talking about


sábado, 16 de abril de 2011

Decisão entre Atenas e Pinheiros

Na noite dos clássicos nacionais do grupo B da Interligas, Atenas e Pinheiros conquistaram a segunda vitória na competição, eliminando respectivamente Libertad Sunchales e Franca.

No confronto argentino que iniciou os trabalhos neste sábado, o Libertad Sunchales dominou quase toda a partida, mas deixou o Atenas passar nos últimos minutos: 76 x 74. Destaque para o baixinho Diego Gerbaudo e o pivô norte-americano James Williams. O resultado praticamente já eliminava Franca, por conta do revés de 19 pontos sofrido na noite anterior contra o mesmo Atenas.

Apesar da situação dramática de Franca, a partida principal contra o Pinheiros até que começou pegada, com Fernando Penna acertando passes insinuantes, incluindo um por debaixo das pernas do adversário. No entanto, tal como contra o Atenas, Franca começou muito mal no segundo tempo. Para piorar, a equipe da casa se descontrolou emocionalmente, o que acarretou em 8 lance-livres praticamente seguidos e na expulsão (merecida) de Hélio Rubens.

Ironia do destino, foi sem o comandante em quadra que Franca conseguiu uma digna reação nos minutos finais, diminuindo a vantagem que beirava os 20 pontos para apenas 4. Lewis, que pouco fora utilizado na competição, acabou sendo o destaque, causando um belo estrago no bom garrafão do Pinheiros. No entanto, os anfitriões não foram páreos para o forte sexteto do time da capital (Figueroa, Shamell, Marquinhos, Morro, Olivinha e Bruno Fiorotto).

Com justiça, Pinheiros e Atenas decidem uma vaga na decisão do Interligas 2011. A nossa torcida é pelo Pinheiros, é claro!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Apagão em Franca

A partida de fundo do Interligas vinha sendo uma aula de defesa francana. Em 20 minutos de jogo, o time tinha sofrido apenas 20 pontos. No entanto, o terceiro período foi devastador: o time levou 24-5!

Incrível o apagão pelo qual passou Franca, derrota que provavelmente os elimina do Interligas, uma vez que só passará o primeiro do grupo.

A noite esteve perto de ser muito boa para nosso basquete, mas terminou de forma amarga. Lamentável.

Méritos para esse jovem remodelado Atenas de Córdoba, um time que vai se reconstruindo de maneira muito rica e já levará, independentemente dos outros resultados, para casa, uma vitória no templo do basquete brasileiro contra o melhor time do nosso campeonato nacional. Pouca coisa, não?

Pois no duelo da tradição, deu o time que jogou melhor quando era preciso decidir. Vitória soberana dos argentinos, que agora empatam com o Pinheiros na liderança do grupo do Interligas.

Debutante de luxo

O Pinheiros nunca havia disputado uma partida oficial internacional de basquete até esta noite, quando enfrentou, pelo Interligas, o tradicionalísismo Libertad Sunchales. O cenário? O lendário ginásio do Pedrocão. O resultado não poderia ser melhor: bela vitória em disputado jogo: 79-77.

O começo foi trágico, com o time sem ritmo de jogo, errando demais. Só no segundo período é que conseguiu voltar ao jogo e para isso contou com grande defesa e bela atuação coletiva. Destaques individuais merecem alguns, como Olivinha, Morro, Shammell, Olivinha e Figueroa, no entanto, uma vitória como essa só pode vir depois de grande atuação coletiva.

O time ainda enfrentará Franca e o Atenas de Córdoba, só equipes clássicas do basquete sulamericano. Um quadrangular bem desafiador para esse debutante de luxo da capital paulista.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Roubando o mando

A apertada vitória desta noite, em Joinville, por 80-78, pode ter eliminado o Ivan Rodrigues do NBB 2.

Os 33 pontos de Bernard Robinson, que tem roubado a cena nos playoffs até aqui deram a vitória ao Minas, que pode decidir a série em sua casa, no domingo de manhã.

Minas e Joinville fazem o duelo mais divertido de se acompanhar dos playoffs junto com Limeira e São José. Ambas as séries podem acabar domingo. No entanto, há diferenças chaves.

O time acuado da série paulista joga pela vida em casa. Já neste confronto SC-MG, o time de Joinville terá de vencer fora para permanecer vivo na competição. Uma tarefa que poderia ser mais dura se a torcida mineira fosse minimamente combativa - como é, por exemplo, as torcidas de Limeira, São José e Joinville.

Os comandados de Bial terão que "calar", provavelmente, alguns jovens das categorias de base mineira, desafio não tão espinhoso como o que encontrou esta noite o time de Che Garcia, com um Ivan Rodrigues lotado.

É certo que basquete se vence dentro de quadra, mas uma torcida impulsiona o time e o fator casa é sempre um dos grandes objetos de análise para se compreenderem as melhores chances de cada jogo.

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Outra série tediosa terminou esta noite. Araraquara foi tarde. Não apresentou absolutamente nada de novo ao longo da competição (ok, seu uniforme, ao meu ver, é o mais bonito de todos, mas nada além disso) e foi devidamente varrido pelo time de Uberlândia que agora se junta a Flamengo, Brasília, Pinheiros, Franca e Bauru nas quartas-de-final do NBB. O duelo Universal colocará frente a frente vários jogadores atuais campeões do campeonato.

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E aí, você esteve no Ivan Rodrigues? Ou em Uberlândia?Quer contar algo sobre o jogo? Fala com a gente pela caixinha de comentários!

Entrevista de Rubén Magnano a canal argentino

O programa cordobês, Live Basketball TV, fez uma longa e como sempre imperdível entrevista com o técnico da seleção brasileira de basquete, Rubén Magnano.

Veja abaixo, em cinco partes:




Ufa, playoffs da NBA ou Notas sobre os playoffs da liga mais rica do mundo


- Depois de cada equipe jogar 82 jogos em um arrastado campeonato que passa a ser um tédio mais ou menos no mês de novembro, enfim, chegou a hora dos playoffs da NBA. Eu, que não sou exatamente um fã da liga dos EUA mas me considero profundo admirador de vários jogadores que por lá atuam, não aguentava mais tanto jogo que não valia absolutamente nada.

- Pois neste fim de semana enfim os jogos começarão a valer. Ainda que, mais uma vez, será tedioso acompanhar séries em melhor de 7, ao menos elas valerão algo e colocarão frente a frente os melhores jogadores do planeta.

- Algumas séries me parecem bem interessantes. Portland X Dallas, Denver x Oklahoma City, New York X Boston, Miami X Philadelphia e Indiana e Chicago. As outras a mim, particularmente, não interessam tanto. Tento explicar as que me empolgam, pra começar a brincadeira.

- Portland é o time que mais sofre com lesões na NBA. Sem Oden pra sempre, o time teve problemas sérios com Brandon Roy ao longo da temporada e foi se reinventando. A volta de Roy e a chegada de Gerald Wallace dão um fôlego muito interessante ao time que imagino terá trabalho contra os Mavericks mas podem sim ir mais longe. Os Mavs, por sua vez, tiveram um início e um final espetacular. São dois times que sabem jogar o jogo, defender intensamente e crescer na hora da decisão, repleto de jogadores veteranos interessantes. Uma série que promete 7 jogos.

- Denver e Oklahoma, no entanto, é o que há de mais entusiasmado. Se Portland e Dallas colocam frente a frente jogadores consolidados na liga como Camby, Gerald Wallace, Brandon Roy, Andre Miller, Dirk Nowitzki, Jason Kidd, Jason Terry, Shawn Marion, Denver e Oklahoma tem o peso da novidade, do frescor da juventude. Pelo time do Colorado, rejuvenescido pela troca de Carmelo Anthony, Ty Lawson, Danilo Gallinari, Nenê, Affalo. Pelo Thunder, Durant, Westbrook, Ibaka e agora Kendrick Perkins! Uma série que entusiasma. Pouca gente imaginava que os Nuggets melhorariam nesta proporção imediatamente depois de perder seu principal jogador. O Oklahoma deu muito trabalho aos atuais campeões na série de playoffs passado e não é exagero dizer que chegam muito mais fortes com um pivô do nível de Perkins. Trata-se de uma série que vale ver todos os jogos.

- Celtics e Knicks se enfrentam numa rivalidade tradicional do nordeste dos EUA. É óbvio que os verdes são favoritos, ninguém ousaria discordar disso. No entanto, basquete é mais do que palpitar e ver se estamos certos ou não. Tem um pouco a ver com momentos decisivos, desfrutar das novidades, das coincidências, do que há de inusitado e pouco conveniente. E a volta dos Knicks aos playoffs é o grande episódio dessa série. Particularmente porque volta nas mãos de duas grandes estrelas. O time não é bom, mas em grandes jogos, atmosferas também jogam e vocês imaginam como ficará o Madison Square Garden em uma série como essa? Não é incomum imaginar jogos de 50 pontos de Carmelo Anthony, ou atuações inesperadas de algum reserva improvável. Porque o basquete é mais que a lógica óbvia, é também boas história.


- Miami e Philadelphia é uma série que esperam pouco, mas eu teria um pouco de cuidado antes de dizer isso. Se algum time mostrou que tem problema em vencer adversários e jogos difíceis ao longo da temporada, este foi o badalado Miami Heat. Como qualquer time ao longo desse chatíssimo calendário da NBA, o de LeBron e Wade teve grandes e péssimos momentos. Restaram algumas perguntas: o time sobreviverá a boas defesas? Tenho lá minhas dúvidas.

- Indiana e Chicago, dois retornos. Muito se fala do retorno dos Bulls ao topo da liga. É mesmo a grande notícia da temporada. Mas neste duelo, surge outro retorno. Desde o confronto de Auburn Hills que o time de Indianápolis não chega no mata-mata. O pior classificado da pior Conferência da liga pode incomodar a grande sensação da NBA? Provavelmente não, mas sem dúvida, trata-se de uma grande história e eu não imagino jogos fáceis ocorrendo na casa dos Pacers.

- Sobre as outras séries: estou irritado demais com os Spurs e com o desperdício de talento em relação a Tiago. Vamos ver que tipo de chances o brasileiro terá agora que realmente importa. New Orleans é uma cidade maravilhosa, mas os Lakers devem passar por cima com imensa facilidade que nem sobrará uma bela história. Orlando e Atlanta são ótimos times, mas a série não encanta, ao menos a mim. Espero, no entanto, que o Magic vença para que possamos ver Turkoglu jogar partidas que realmente importam. Aposto que ele reaparece em alto nível quando precisar, novamente.

- Um último post: e agora, Blake Griffin, Kevin Love, Monta Ellis e companhia. Que vocês farão com todos esses números e highlights?

Por fim, é isso. Não me importo muito com palpites, apenas queria ouvir, de vocês, quais as grandes histórias destes playoffs. Basquete é isso, afinal.

Mengão em perigo?

Sérgio Domingues/HDR Photo
Aconteceu o esperado e o Bauru passou por cima do time alvirubro da capital paulista por inevitáveis 3-0 e se tornou o quinto time a garantir vaga nas quartas-de-final do NBB, juntando-se a Franca, Pinheiros, Flamengo e Brasília. O adversário será o rubronegro carioca, finalista das duas primeiras edições do NBB.

O time de Guerrinha e Larry Taylor chega, pela primeira vez, com reais chances de incomodar nos playoffs. Se em anos anteriores o time foi presa fácil pela falta de profundidade no elenco e sobretudo de um garrafão mais combativo, nesse ano, a promessa é que Larry, Alex, Fischer, Jeff, Douglas e Pilar (os seis jogadores que mais participam dos jogos) dêem bastante trabalho.

O Flamengo, que alternou bons e péssimos momentos ao longo da temporada, poupou o seu melhor atleta, Marcelinho, além do pivô e agora modelo Baby no Interligas para que eles chegassem inteiros para este duelo.

É o primeiro duelo de quartas-de-final definido e já promete bastante. Vale acompanhar de perto.

Sobre isso, ler também, no Bala na Cesta - Um rival bem conhecido e perigoso.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Nas mãos do NBB

Basquete - Ruben Magnano, técnico da Seleção - foto:Divulgação

Esse post é motivado pela caixinha de comentários do post sobre Pepe Sánchez. O assunto seleção brasileira é sempre palpitante. Às vésperas de competições importantes, as atenções ficam ainda mais centradas no nosso time nacional.

No entanto, o cenário não parece promissor. Dos jogadores da NBA, apenas Tiago Splitter confirmou presença. É verdade que, ainda que não esteja em seu auge técnico, o pivô é ao lado de Marcelinho Huertas a maior referência na seleção brasileira. Varejão contundido, Nenê sendo Nenê e Leandrinho dizendo que precisa de descanso podem ser os principais desfalques.

Na Europa, apenas Marcelinho Huertas joga em altíssimo nível. O trio do Granada, Paulão, Augusto Lima e Rafael Freire Luz é uma incógnita. Os dois últimos, jovens e promissores, nunca mostraram nenhum mínimo interesse em defender a seleção. O primeiro, de longe o melhor da lista, já apareceu, já pediu dispensa, já apareceu e pediu dispensa. Uma caixinha de surpresas. Da Espanha, um nome que pode aparecer é o de Rafael Hettsheimeir, ex-Coc, em temporada bastante decente no Zaragoza.

Sem outros nomes importantes no Velho Continente, a não ser Tavernari que pouco tem aparecido no noticiário, e outros tantos jovens em times menores espanhóis - entre eles o ainda imaturo Bebê, não imagino que venha nenhum nome para ajudar imediatamente.
Nos EUA, a coisa não é diferente. Fabrício Melo, de Syracuse, é ainda muito verde. André Almeida, de Nebraska, poderia até ajudar em determinados momentos, mas certamente não serão jogadores que participariam de rotação em um campeonato importante como a Copa América com a sádica missão de buscar uma vaga olímpica.

Restará, portanto, a homens do NBB a missão de montar um ótimo time sob comando do excepcional Rubén Magnano e buscar vencer encorpadas seleções de Porto Rico e República Dominicana, rivais diretos pela vaga.


Notas sobre a rodada de ontem do NBB

Jaksson Zanco/Divulgação

Três jogos aconteceram ontem nos Playoffs do NBB. Vamos às notas:

- Infelizmente, o Sportv transmitiu o pior jogo. Imagino que deva haver um acordo entre os sócios da LNB para que todos tenham a devida exposição. Isso explica, mas não me convence. Queria mesmo ter visto um jogo melhor, justamente agora, nesse período tão agudo do campeonato.

- Deu Uberlândia, claro. Robert Day, que já havia feito 31 pontos no jogo 1 da série, mandou mais 31 ontem de novo. Vale lembrar que ele fez 50 no Jogo das Estrelas. Um gatilhaço. Chuí e a torcida agradecem.

- Se não acontecer nada excepcional, quinta-feira o vinho tinto Araraquara se despede da competição. Não vai deixar saudade.

- Em São José, que parece mesmo ser a melhor série dos playoffs, ocorreu a virada. Agora Limeira terá que vencer no Vô Lucato para continuar vivo na competição. É difícil falar de um jogo que não vimos.

- Resta no entanto um alento: o jogo que pode selar a eliminação de Limeira será transmitido pelo Sportv, 12h, no domingo. Será provavelmente o melhor jogo transmitido na temporada toda.

- Em Joinville, com grande atuação de Manteguinha, segundo consta - porque também não vimos o jogo, o time catarinense conseguiu empatar a série.

- Os times voltam à quadra amanhã para um jogo pra lá de decisivo. Se Minas conseguir vencer, levará a partida para casa precisando de apenas uma vitória para garantir vaga nas quartas-de-final. Promessa de jogaço que, como sabemos, não terá transmissão.

Com tanta clandestinidade, convido os leitores que estiveram no ginásio para nos relatar a experiência na caixa da comentários.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Só faltava essa...

Não bastasse o fato de os argentinos da NBA declararem o desejo de servir a seleção no Pré-Olímpico de Mar del Plata no final de agosto, eis que algumas estrelas da geração que haviam se aposentado da seleção ameaçam voltar.

Primeiro foi Fabricio Oberto (35 anos) que manifestou o desejo de voltar às quadras especificamente para atuar pela última vez na seleção. O pivô argentino se aposentou precocemente por problemas no coração, mas já afirmou que está em andamento um plano para que atue em Mar del Plata. O técnico Julio Lamas já afirmou que as portas estão mais do que abertas para ele.

A novidade dessa vez foi Pepe Sanchez, armador titular da geração de ouro e que está jogando em altíssimo nível na liga local pelo Weber Bahía, sendo considerado, inclusive, o melhor armador. Em entrevista ao Basquet Plus, Pepe Sanchez afirmou que "esse torneio terá uma conotação única, por ser na Argentina e por marcar o fim de uma era".

Pepe vai completar 34 anos e já começa a ver com simpatia os insistentes pedidos do técnico Julio Lamas. A armação é uma posição estratégica para a seleção da Argentina, já que, apesar da qualidade de Pablo Prignoni, nossos hermanos nunca conseguiram igualar o trio da geração de ouro formado por Pepe Sanchez, Alejandro Montecchia e Hugo Sconochini.