segunda-feira, 4 de abril de 2011

Melhorou ou piorou?

Diante do fim da temporada regular mais equilibrada da curta história do NBB, chegou a hora de tentar entender o que transformou um campeonato polarizado entre apenas 2 equipes numa competição compacta e imprevisível.

Ao pesquisar as variações de elenco nas equipes, um susto: apenas duas equipes (Flamengo e Pinheiros) mantiveram pelo menos a metade dos jogadores que participaram do NBB1. Em média, as equipes fizeram aproximadamente 8 trocas (num elenco de 12 jogadores), isso, obviamente, sem contar o extinto Bira e o novato Uberlândia.

Abaixo, um retrato comentado dessas alterações:


Para primeiro exame, as equipes que menos alteraram o elenco em quantidade: Flamengo, Pinheiros e Vitória (ex-Saldanha da Gama). Embora a substituição de Fernando Mineiro por Teague e de Coloneze por Teichmann representem uma clara evolução, é indiscutível que o salto de qualidade de Pinheiros foi muito maior. Foram 3 grandes aquisições e apenas uma perda representativa: Vitor Benite que, muito jovem, ainda era pouquíssimo aproveitado em 2009. O elenco da equipe capixaba, apesar de ter perdido Lucas e Roberto, também evoluiu com as aquisições de Amiel, Guilherme Filipin e Muñoz.


Em seguida, já começam a aparecer equipes que mantiveram uma diminuta base de jogadores, trocando praticamente todo o resto. E aí que entendemos por que Franca terminou a temporada na primeira colocação. Os francanos conseguiram aliar quantidade com qualidade, evoluindo praticamente em todas as reposições. O caso de Brasília é singular, já que de sua costela nasceu o Uberlândia, levando dois bons jogadores (Valtinho e Estevam). No entanto, as aquisições de Guilherme Giovannoni e de Nezinho foram tão significativas que é impossível dizer que a equipe involuiu tecnicamente do NBB1 para cá (a grande perda ocorre se compararmos com o elenco da 2a edição). Bauru, tal como Franca, evoluiu em praticamente todas as posições e quase foi contemplada com uma vaga na Interligas.


A equipe de Minas caiu da 3a posição na primeira edição do NBB para a 10a posição em 2011. Quando nos deparamos com este número, somos levados a acreditar que o nível do elenco despencou. Olha, é inegável que a perda de Murilo causou um grande impacto, mas se examinarmos as demais substituições, notamos que o nível do elenco nem caiu tanto assim. No caso de Araraquara, houve uma pequena melhora no elenco principalmente com as aquisições de Mark Borders e Jefferson Sobral, mas a desorganização fora da quadra arruinou a temporada. Tal como o Flamengo e Brasília, os catarinenses ajudam a provar a tese de que uma pequena melhora no elenco entre 2009 e 2011 teve como resultado uma pequena queda na campanha final.


O elenco de São José dos Campos foi um dos que mais evoluíram nestas últimas 3 temporadas, com a chegada de 2 estrelas (Murilo e Fúlvio) e a chegada de bons coadjuvantes (Shipp, Renato, Wanderson, Rafael Mineiro, o Ricardo Fischer...). Já os limeirenses precisaram se reinventar depois da extinção da equipe na segunda temporada. Só dois jogadores foram resgatados e houve perdas irreparáveis (Teichmann, Shamell e Fiorotto), mas com criatividade a equipe conseguiu minimizar a queda (Ronald Ramon, Daniel Alemão e Durelle Brown). E você lembra daquela tese de que se o elenco melhorou apenas um pouco, o resultado será uma queda na campanha? Pois a comprovação da tese custou à Assis a lanterna do NBB 3.


Tentarei não ser repetitivo na defesa da tal tese, mas Vila Velha é um outro exemplo. O Paulistano, a seu turno, está no mesmo time do Minas: sofreu grandes perdas (Fernando Penna e Dedé) e colocou muitos jovens para jogar. A reconstrução da equipe é (ou deveria ser) um plano a longo prazo, mas no presente o que houve foi uma pequena involução. Por fim, os elencos de Bira e Uberlândia foram colocados lado a lado como símbolo da incontestável melhora no nível técnico do NBB nestas poucas temporadas.

Em conclusão, podemos dividir as equipes entre:

  • Grande melhora no elenco: Franca, Bauru, São José dos Campos e Pinheiros;
  • Pequena melhora no elenco: Flamengo, Brasília, Vitória, Araraquara, Joinville, Assis e Vila Velha;
  • Pequena queda no elenco: Minas, Paulistano e Limeira
Assim, se colocarmos na conta a grata substituição do elenco do Bira pelo do Uberlândia, teremos um placar final de 12 x 3 em favor dos times com elencos melhores de 2009 para cá. Para o futuro, esperamos que o nível técnico do NBB siga evoluindo, mas que as equipes comecem a investir também numa certa estabilidade para que essas melhoras não fiquem apenas no papel.

Nenhum comentário:

Postar um comentário