quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Poderoso


As impressões do primeiro amistoso foram ótimas. Poderiam ter sido ainda melhores se o time tivesse conseguido manter a intensidade o jogo todo. É o sonho de qualquer treinador. É praticamente impossível, porém, que o Brasil consiga marcar tão bem quanto marcou no primeiro tempo por 40 minutos.

E não foi só o relaxamento natural de quem abre uma larga vantagem que pesou para a recuperação canadense. Foi, principalmente, a defesa de Leo Rautins que passou a funcionar, tirando o nosso time da zona de conforto que se encontrou ao longo de toda a primeira etapa.

O Canadá não é qualquer adversário. Sabe defender intensamente e tem ótimos valores (principalmente do tiro exterior - English, Rautins e Anderson, particularmente). Era natural que reagisse e encontrasse, em momentos, um melhor ritmo de jogo.

Mas a história do jogo de ontem não foi a recuperação canadense, como o começo do texto pode sugerir. O Brasil, mesmo tendo jogado um segundo tempo mediano, passou por cima sem piedade dos canadenses, vencendo por 88-70. A crônica do jogo de ontem deve abordar, antes, a impressionante qualidade da defesa brasileira, a melhor em muito tempo jogada pela nossa seleção. No ataque, ritmo fluido e ousadia, que rendeu certas presepadas, mas também belos lances como ponte-aéreas e lindas combinações.

Sobre as atuações individuais, é muito cedo para tirar qualquer conclusão mais profunda. De significativo, devemos notar, houve a manutenção do nível que Guilherme jogou as finais do NBB. A impressionante categoria do atleta, que atravessa seu auge, está mantida e o jogador parece até mais em forma. É uma grande notícia. Marquinhos, um dos talentos mais latentes de nosso jogo, pode enfim, bem treinado, jogar no seu melhor nível. Rafael Luz está ganhando o espaço de reserva de Huertas, deixando a Nezinho o terceiro posto e isso se deve fundamentalmente pela defesa-carrapato. Falando nisso, Alex segue um touro: o primeiro tempo foi todo seu. Augusto, muito leve, e Caio, muito pesado, poderiam se complementar, mas acabam destoando de Splitter, o nosso único homem interno realmente confiável. Marcelinho errou muito e continuou forçando, não é o melhor dos cenários. Benite pareceu afobado e Rafael Hettsheimeir não chegou a chamar atenção.

Foi uma atuação para chamar atenção, principalmente na primeira etapa. E vocês, gostaram?

7 comentários:

  1. Parabéns e obrigado pelo retorno do blog (atualizações constantes), estava fazendo muita falta.
    Guilherme e Marquinhos foram muito bem mesmo e Rafael Freire, ao contrário, precisa melhorar. É normal um armador de 19 anos ter dificuldades em conduzir uma seleção mas o problema é que continuamos "reféns" do Huertas (já que Nezinho é Nezinho).
    O Brasil ainda tem muito espaço para melhorar já que Huertas ontem errou muito (não é normal) e Splitter ainda está sem ritmo.
    Quanto ao segundo tempo bem mais fraco, por se tratar de amistoso contra futuro adversário não tem porque mostrar o jogo mesmo.

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  2. A decepção ficou por conta do Carioca e do Nezinho, que desastre, espero que não seja necessário depender deles, a atitude da seleção é outra, parabéns a Rubens e força Brasil.
    O mais importante é que o Basquete está mostrando que pode retornar ao segundo lugar na preferência dos brasileiros, não acham.

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  3. Não consegui assistir o jogo.. sobre o público, tinha bastante gente? o ginásio é grande?

    Jônathas

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  4. Olá,

    O primeiro quarto brasileiro foi demais, é verdade, mas me chamou a atenção a entrevista do Carl English ao final do jogo, admitindo que o Brasil pegou sua equipe desprevenida, pela intensidade apresentada. Isso é um ótimo sinal por um lado, mas por outro fica a impressão de que o Canadá talvez estivesse realmente em outra sintonia.

    O 'abafa' da Seleção para cima dos canadenses foi impressionante, mas me preocupo se o nosso jogo não está muito baseado nisso. Digo: grande parte dos pontos que fizemos no primeiro tempo foi gerada por contra-ataques, depois de roubos de bola ou arremessos tortos, com rebote longo, e nossas tropas partindo com tudo para a cesta adversária. Em alguns momentos, lembrou até mesmo o sevem seconds or less do Phoenix Suns, com todos descendo a quadra feito loucos e buscando a cesta com poucos passes em velocidade. Foi bonito de se ver, sim.

    Mas funcionou tão bem diante de um Canadá muito frágil na armação (o Anderson é um jogador esforçado, mas creio que seja o ponto fraco da equipe, enquanto o Rautins vem sendo preparado no Knicks pra ser o gatilho feito JJ Redick). Creio que possa ter o mesmo efeito diante dos dominicanos, que possuem ótimos alas e atletas, mas não apresentam um armador de primeiro time. Então fico me perguntando se essa essa mesma tática vai funcionar contra gente como Barea e Arroyo, Prigioni e Sánchez.

    Quando o mesmo Enlgish foi 'recuado' para ajudar na condução, eles estabilizaram sua transição, diminuíram os erros e equilibraram a partida. Ajudou aí também a preocupação em voltar com mais homens rapidamente para a defesa, para brecar nosso contra-ataque. Enfim, ajustes mínimos, não?

    Gostei do que vi, mas tenho um pouco de precaução. O Brasil cansou de vencer torneio preparatório e se dar mal na hora H.

    Pode ter sido o mero relaxamento. Fica no ar essa minha impressão, aguardando os dois jogos restantes e o grande torneio, e espero que esteja bastante enganado em meu ceticismo.

    Boa sorte com as prometidas novas empreitadas do blog!

    Um abraço,
    Giancarlo.

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  5. Oi jdinis,

    Legal vê-lo comentando novamente. A questão da armação reserva realmente ainda preocupa.

    Tentando pensar com a cabeça do Magnano, acredito que ele tenha levado o Nezinho pensando numa emergência com o Huertas (toc toc toc) e o Rafael Luz para ajudar mais na defesa.

    E concordo que o Huertas não jogou ainda nem 30% do que pode. Espero que esteja guardando para o momento certo!


    Abs!

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  6. Victor,

    Não achei que o Marcelo tenha ido tão mal assim. Agora, o Nezinho concordo. Que partida horrível. Ele, o Benite e o Rafael Luz foram muito mal ontem.

    Abração!

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  7. Jônathas,

    O ginásio é de médio porte. O público começou pequeno (uns 40% da capacidade), até pelo horário ruim para dia de semana (19h). No entanto, no intervalo a torcida já ocupava aproximadamente 80% das arquibancadas.

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